Fim do ano tá aí e com ele mais um filme da mais querida franquia do cinema. Sim, cara criança leitora, estou falando de mais um Star Wars. Dessa vez temos o oitavo episódio da série principal de filmes que atende pelo sugestivo título de Os Últimos Jedi. Nem preciso dizer que uma infinidade de fãs ansiosos rumaram, e ainda estão rumando, pros cinemas sedentos pelo mais novo capítulo da história de Rey, Finn, Poe e aquela galerinha do barulho que apronta altas confusões pra livrar a galáxia muito muito distante das garras nefastas da Primeira Ordem. O engraçado foi o tamanho do barulho que esse filme conseguiu criar.
Se você ainda não viu, não se preocupe que não vai ter spoiler, se você já viu, é bem possível que você concorde com boa parte do que eu vou falar aqui. Preparados? Então se segure porque vamos saltar direto no meio dessa confusão toda.
Os Últimos Jedi literalmente rachou a base de fãs de Star Wars no meio. Tudo bem que o mundo anda bem polarizado ultimamente, mas dessa vez a galera conseguiu se superar. Até petição online pra que esse filme fosse eliminado da cronologia canônica fizeram. Mas por que será que isso aconteceu? Será que foi culpa do diretor? Será que isso foi culpa do público? Será que foi culpa do governo golpista, já que antes não tinha fã de Star Wars dividido? Será que foi culpa dos porgs?
Os Últimos Jedi é principalmente sobre aprendizado e descoberta. Inclusive essa é a motivação principal de Rey ao buscar Luke Skywalker, ela quer e precisa de um mestre, alguém que mostre como ela deve usar os seus poderes recém descobertos. Nem todos os personagens têm essa mesma motivação, mas o resultado acaba sendo parecido para todos. Mas esse aprendizado não vem de graça. Os Últimos Jedi também é sobre fracasso, tentativa e erro, aprendizado através da falha, e eles se mostram professores melhores do que qualquer Jedi ou Sith jamais foi. Se no Episódio VII os nossos protagonistas nos mostraram quem eles eram, no Episódio VIII eles descobriram o que precisam se tornar e de quebra ainda trilharam boa parte do caminho que os levará até lá. E talvez seja essa uma parte boa do problema.
Uma das coisas que esse filme faz muito é quebrar as expectativas do espectador. Você ainda não viu o filme? É bem provável que boa parte do que você está esperando não aconteça. Se você já viu o filme, é bem provável que tenha tido sua expectativa quebrada umas duas ou três vezes pelo menos. E o principal de tudo é que, depois de tudo que rolou, não dá pra ter a menor ideia do que vai rolar no Episódio IX. E eu nem falo isso por causa da forma como o filme termina, falo isso por causa da forma em que tudo que parecia ter sido “prometido” em O Despertar da Força foi deixado de lado e no lugar disso veio um monte de coisa que muita gente não esperava. E particularmente eu acho isso tudo uma maravilha.
Tendo esclarecido os possíveis motivos de tanta treta entre os fãs, chegou o momento de deixar a racionalidade de lado e falar de forma mais passional. A partir de agora vou deixar de lado as análises e deixar o coração de fã bater no teclado.
É impossível pra mim pensar no Episódio VIII sem me empolgar. O visual do filme é inacreditável, a guerra nas estrelas nunca foi tão linda e Poe Dameron pilotando seu X-Wing só não é a poesia mais bonita escrita no ano de 2017 por causa de uma cena ne destruição em preto e branco que fez o cinema inteiro prender a respiração. Luke, em sua versão velha e acabada, não atendeu boa parte das minhas expectativas, mas não me decepcionou em nada. E os personagens novos? Almirante Holdo entrou com tudo na lista dos comandantes rebeldes mais memoráveis e DJ faz jus a toda tradição de trapaceiros da saga e rouba a cena em todos os momentos que aparece, mas nenhum deles conseguiu arrebatar meu coração como Rose fez. Saí do cinema desejando que Rose estivesse no Rogue One, e no Episódio IV e no Episódio V e no VI ou em qualquer outro.
Só que nada disso foi o melhor do filme. Mais do que qualquer mocinho ou bandido, qualquer Jedi velho ou fora da lei carismático. Dá pra discordar sobre tudo, menos que esse filme foi a melhor participação dela.
Leia, antes princesa e agora general, nos fez sentir ainda mais pela partida precoce de Carrie Fisher, exatamente um ano atrás. Ela não é só uma figura inspiradora, uma verdadeira líder para todos que estão ao seu redor. A última princesa de Alderaan é a legítima herdeira da Aliança Rebelde. Como líder da Resistência ela trata de ensinar pros seus companheiros mais novos como o coração de um verdadeiro rebelde deve ser. Lembrar a todos que rebeliões são construídas com base na esperança. A parte ruim de tudo isso é que não veremos essa líder tão excepcional na conclusão dessa trilogia. Uma despedida digna da grandeza dessa personagem.
O Episódio VIII veio e logo vai passar, deixando apenas a curiosidade de saber como vai ser o final dessa história, mas isso só vai rolar no longínquo futuro de 2019. Enquanto o futuro não chega o assunto de Star Wars fica por aqui. Até a próxima e que a Força esteja com você… Sempre.