Não é um blog sobre cachorros e bikinis

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Era pra Ser Motivacional, Não É, Mas Talvez Seja Mesmo Não Sendo

Outro dia estava eu conversando com minha costela sobre o texto que eu escrevi ano passado quando cheguei à cabalística idade de trinta anos. Caso você, cara pessoa leitora, não tenha passado seus olhos sobre o texto em questão recomendo a leitura, não que seja necessária pra entender o resto do que eu pretendo escrever hoje, mas é uma leitura agradável, pelo menos eu acho. Então entre nesse link aqui, dê uma lida e volte pra continuar a conversa.

Apesar de ser um texto bem otimista a meu ver, a tal publicação temática dos trinta anos deixou minha lady meio pra baixo. Conversando mais um pouco, ela disse que queria que eu escrevesse algo mais pra cima, pra dar uma animada, uma motivada. Em outros tempos, quando a máquina da escrita estava mais lubrificada eu teria aceitado o desafio e escrito alguma coisa, mas a ferrugem consome minhas juntas criativas e a inspiração se faz necessária pra produzir algo que seja realmente legal. Me vi obrigado a negar o pedido.

Mas as engrenagens começaram a se mexer.

Uns dias depois, em um momento de esvaziamento total do pensamento me veio na cabeça uma frase que pra mim é bem familiar: “Onde estão o cavalo e o cavaleiro?”. Se você sofre do mesmo nível de nerdice que eu deve ter reconhecido a citação, se você não sofre precisa de uma dose de contexto. Essa fala pertence ao Rei Théoden, personagem que nos é apresentado no segundo filme, ou no segundo livro, da trilogia O Senhor dos Anéis. Na cena o rei recita alguns versos de uma canção que aparece originalmente nos livros, sendo cantada por outro personagem. A cena inteira você pode ver aqui embaixo.

Caso você não queira assistir essa cena, uma das minhas preferidas da trilogia, ou caso o vídeo não se encontre mais disponível, coisa que acontece com uma certa frequência, eu vou transcrever aqui os versos com uma leve alteração na tradução pra que ninguém fique perdido na conversa.

Onde estão o cavalo e o cavaleiro?

Onde está a corneta que soava?

Eles passaram como chuva nas montanhas

Como vento nas pradarias

Os dias se puseram no Oeste

Por trás das colinas

Dentro das Sombras.

Se tirarmos todo o verniz de ficção fantástica, esquecermos dos elfos, anões, magos, orcs, anéis mágicos e das pessoas de um metro de altura que fazem sete refeições por dia, mas que passam a maior parte da história comendo brownie vegano, não é difícil notar que Senhor dos Anéis é recheado com uma boa dose de melancolia. É uma obra que conta uma história que se passa em um mundo que já não é mais tão mágico quanto já foi um dia e que nunca mais será como já foi, principalmente depois do final da história. Confesso que essa descrição me parece muito familiar.

As coisas passam pelo mundo, o mundo passa pelas coisas e é assim que funciona. Em Senhor dos Anéis temos personagens que enchem suas asas com os ventos da mudança, o primeiro filme começa com o icônico “O mundo mudou” dito pela voz galadriética de Cate Blanchett. Curiosamente os personagens que se apegam ao passado glorioso que não existe faz muito tempo e se recusam a aceitar o novo são os que se perdem, se corrompem, fadados eternamente à prisão do chão com suas asas atrofiadas.

Mas não é linda e maravilhosa a trilha dos heróis da história, assim como não é a trilha de todo aquele que percorre o seu caminho olhando pra frente… Ou pra trás, ou pra qualquer pessoa que percorra qualquer caminho. A esperança é o que muitas vezes acende o coração daqueles que persistem. Muitas vezes o único combustível que resta, ainda assim o que muitas vezes se esgota. Diante da grande sombra que estende seus dedos sobre todas as pessoas, encontramos a fagulha que inflama no inesperado que nos encontra na virada da maré. Em um mundo que nos ensina que só existem vencedores e perdedores, muitas vezes só precisamos lutar até que a luta acabe. Resistir até o sol nascer. Mesmo que a aurora não traga ajuda alguma, um pouco de luz pode fazer toda a diferença.

Não sei exatamente onde eu queria chegar com tudo isso que está escrito nesta breve (mas nem tanto) publicação. Provavelmente consegui chegar em algum lugar, não sei exatamente onde, mas é isso aí. Nos vemos na próxima.

(Finalmente) 300

Este texto está atrasado.

Sim, cara pessoa leitora, este é um texto que saiu muito depois do que deveria. Houve uma época áurea em que este humilde blog tinha a pouco impressionante marca de três publicações por semana. Algo em torno de doze ou treze por mês, perto de cento e cinquenta por ano. Com o primeiro post sendo publicado em junho de 2015, levando em consideração alguns breves hiatos e coisas do tipo, a publicação de número 300 seria lançada na segunda metade de 2017. Mas 2017 foi o ano em que o Cachorros de Bikini desacelerou, em que eu desacelerei. A frequência de publicações passou de um monte de coisa pra quase nada. Mas não se engane, esse não é um lamento, é só uma retrospectiva. Essas coisas acontecem.

Agora imagine minha surpresa ao olhar para o contador do WordPress e ver que eu estava a um post de atingir a nada impressionante marca de 300 publicações.

Pior que quase eu passava direto pelo número 300. Por pouco o número 300 foi o conto que vai sair segunda. Um texto muito legal em que passei os últimos tempos trabalhando. Tá legal, vale a pena ler, mas achei melhor não misturar as coisas. Afinal, 300 é um número que pede, pelo menos, uma decoração especial.


Usar coisas de 300 pra ilustrar esse post é uma escolha meio óbvia. Já que provavelmente ele é o filme que tem apenas um número como título que fez mais sucesso. Eu acho. Deve ser. Vamos dizer que é.


Esse poderia ser um post sobre esse filme que provavelmente só uma parte de quem tava vivo e consciente em 2006 se importa. Só que eu tô com preguiça de ver o filme de novo. A última vez que eu vi 300 faz tanto tempo que eu nem lembro e a vontade de gastar energia pra escrever sobre o filme ou o quadrinho tá tão próxima do zero que vai ficar pra outro dia. Mal aí, galera de Esparta.

Vamos retomar a conversa do início.

Houve uma época em que eu escrevia sempre. Sempre tinha coisa nova por aqui e eu conseguia escoar toda a minha pulsão criativa pra cá. Não sei bem o que aconteceu, mas em algum momento isso não aconteceu mais. Foram dois anos bons e mais três muito agradecido por ter conseguido fazer o que eu fiz por dois anos. E a graça de ter feito isso na internet e de forma escrita, é que tá tudo por aqui. Arquivado, organizado, classificado. Volta e meia eu paro por aqui e dou uma lida numas paradas antigas, nem sempre o que eu leio é muito bom, mas é sempre divertido. Surpreendentemente divertido na verdade. Algumas coisas estão aqui tem tanto tempo que parece que não fui eu quem escreveu. Se você escreve devia fazer isso também, é um exercício interessante.

Houve uma época em que eu escrevia sempre, mas essa época passou. A época atual é uma em que eu escrevo de vez em quando. Num nível de compromisso tão zerado que é mais pra não enferrujar. Ainda é tão bom como sempre, depois que eu termino um texto novo penso que devia fazer mais vezes. Mais ou menos como acontece quando a gente se encontra com uns amigos que a gente quase nunca vê e acaba quase nunca vendo mesmo querendo ver sempre. E mesmo assim cheguei aos 300, quem diria?

40 Anos de Império Contra-ataca

Algumas décadas atrás a indústria do entretenimento, principalmente o cinema, vivia uma realidade muito diferente da atual. Não existiam tantas franquias gigantescas, filmes de grande orçamento e nem tantos filmes com efeitos especiais absurdos. Foi nesse contexto que surgiu o nome que definiu o que é ser uma grande franquia. O filme que mudou a história do cinema, do mercado do cinema. Em 1977 estreou Star Wars, que naquela época era só Star Wars, mas que pouco tempo depois teve seu título mudado para Episódio IV – Uma Nova Esperança, garantindo que teria coisa antes, coisa depois e que qualquer um que caísse de paraquedas no assunto ficasse completamente confuso. Três anos depois saiu o filme que completou quarenta anos na semana passada. Em 21 de maio de 1980 estreava nos Estados Unidos Star Wars Episódio V – O Império Contra-ataca.

Ou o Star Wars preferido de todo mundo.

“Nadavê, Filipe, eu gosto bem mais do Episódio (insira aqui o episódio que você acha que mais gosta)”.


O Império Contra-ataca é Star Wars no seu estado mais puro e lapidado. Tudo que é mais lembrado sobre a primeira trilogia de filmes está nesse filme. Darth Vader como o super vilão temido por seus inimigos e subordinados? Isso só começou aqui. Se você reparar bem em Darth Vader no primeiro filme, vai perceber que ele é um nêmesis pros protagonistas apenas, um agente do Império que age com certa autonomia, mas submetido à autoridade do Governador Tarkin, o homem que comanda a estação bélica apelidada de Estrela da Morte. Vader se torna o carrasco da Rebelião só no Episódio V. O velho Ben Kenobi aparecendo como fantasma? Apesar de soprar um “use a Força” no ouvido de Luke no final do primeiro filme, ele só aparece na sua forma azulada semitransparente aqui. Mestre Yoda? Fez sua estreia aqui, com frases invertidas e os ensinamentos sobre a verdadeira natureza da Força. O romance de Han e Leia? Em meio às brigas, trocas de ofensas e quase total ausência de gentilezas é que floresce o único romance minimamente decente nessa franquia toda. Essa cena aqui…


É do Império Contra-ataca. A cara enrugada do Imperador? Apareceu pela primeira vez, ao vivo e em holograma, nesse filme. E falando em primeiras aparições, além do já citado Mestre Yoda, temos Bobba Fett, pra provar que dá pra ficar famoso só fazendo pose. Também temos outro queridinho dos fãs, Lando Calrissian, fazendo sua primeira aparição nesse universo. Algumas das cenas mais icônicas também estão aqui, como o ataque imperial à Base Echo no planeta Hoth, com a primeira aparição dos AT-AT.

A fuga da Millenium Falcon das marinha imperial, a perseguição pelo campo de asteroides e logo depois todo mundo quase virando comida de verme espacial.

E essa cena aqui.

    Toda a jornada de Luke Skywalker dentro do filme, lentamente se colocando à parte da Rebelião e começando a percorrer um caminho por onde só ele pode andar, o que culmina no Luke que vemos no filme seguinte, é provavelmente o momento mais legal do personagem pra mim. Ele não é mais o garoto da fazenda, mas também não atingiu todo o seu potencial como Jedi, enfrentar o Império junto dos outros rebeldes é importante, mas ainda falta algo para que ele se sinta completo.

Por fim temos outra coisa que ajuda o Império Contra-ataca, ele é o filme do meio. Os filmes do meio têm uma responsabilidade: ser uma boa transição entre a primeira e a terceira parte. Essa é uma tarefa fácil? Não, é um desafio tremendo. O Império Contra-ataca é excelente porque precisou ser. Ele era a continuação do filme que fez um sucesso inacreditável e precisava ser um elo pro filme que fecharia essa história. Ele precisava ser ótimo e, justamente por isso, ele foi.

Veja Império Contra-ataca. Reveja o Império Contra-ataca. Aproveite o Império Contra-ataca. É isso. Até a próxima.

Star Wars Episódio IX: Não Vai Ter Mais Skywalker

Quatro anos. Parece que foi um dia desses, mas faz pouco mais de quatro anos que eu escrevi sobre Star Wars pela primeira vez nessas mesmas páginas azuladas. O ano era 2015, eu tinha acabado de ver o Episódio VII, primeiro filme da (mais) nova trilogia de Star Wars. Dando uma lida rápida na publicação daquele dia 23 de dezembro, consegui reviver parte daquele sentimento. De toda a expectativa e de toda esperança que eu tinha nos filmes novos. Aí veio 2017 e com ele o Episódio VIII que foi por uma direção meio… Inesperada. Mais uma vez expectativas foram criadas só que, ao contrário de antes, daquela vez eu não sabia o que esperar da última parte dessa trilogia. Não demorou tanto assim e chegamos ao fatídico 19 de dezembro do recém falecido ano de 2019, quando finalmente estreou:

Star Wars Episódio IX: A Ascensão Skywalker. Um título que gerou tantas ou mais teorias quanto Os Últimos Jedi do filme anterior. Ninguém sabia de que Skywalker estavam falando e nem que ascensão poderia ser essa. Até então a única certeza era que a galera responsável pela história do filme acabou trazendo de volta uma das piores coisas do antigo Universo Expandido: o Imperador.

Vilão maior das duas trilogias anteriores, o Imperador teria originalmente encontrado seu fim no Episódio VI: O Retorno de Jedi (o filme tem quase quarenta anos, isso não é um spoiler), mas histórias posteriores, nenhuma delas em formato de filme ou especial de fim de ano, acabaram trazendo ele de volta dos mortos usando alguma desculpa mirabolante. Histórias que tinham perdido a validade quando a Disney resolveu reformular o cânon e eliminou todo o antigo Universo Expandido. Eliminou só pra poder dar aquela peneirada e trazer de volta qualquer coisa que interessar. Não sei por que seria interessante tirar da cartola a revelação de que na verdade o vilão dos primeiros seis filmes na verdade era o vilão por trás das tretas de todos os nove filmes. Essa foi uma das primeiras coisas reveladas sobre o Episódio IX e uma das poucas coisas que eu fiquei sabendo antes de entrar no cinema. O resto era tudo especulação.

Eis que chegou o dia de ir pro cinema. Eu sento na poltrona. As luzes se apagam. Sobe a música tema e entram as letras amarelas.

Respiro fundo e me ajeito no meu assento e… Foi só isso. Por algum motivo que não sei explicar, eu estava lá vendo um Star Wars que não me fazia sentir como se eu estivesse vendo Star Wars. Provavelmente essa é a melhor forma de definir minha experiência com o filme: não tinha gosto de Star Wars. Não consigo dizer o que estava faltando. Não sei se foi o ritmo, alguma coisa no visual ou na forma como a história começou, mas alguma coisa não estava lá e quando essa coisa começou a aparecer um pouco já foi tão perto do fim que nem fazia lá tanta diferença.

Sem entrar muito no enredo do filme dá pra resumir boa parte do que eu desgosto dele em uma imagem:

Não faço parte daqueles que acham que Os Últimos Jedi é um filme perfeito e irretocável, mas quando o último filme, de uma série de três, estabelece que boa parte do que aconteceu no filme anterior não é lá muito importante. Não faz muito bem pro conjunto.

Mesmo não parecendo, tem algumas coisas realmente boas nesse filme… Só que elas ficam mais por conta de alguns personagens. Kylo Ren segue em uma escalada rumo à redenção como personagem, abandonando de vez aquela caricatura pintada no primeiro filme. C-3PO faz uma das suas melhores participações de toda a franquia, assim como Chewbacca que segue se superando a cada filme. Os conflitos de Rey ganham um pouco mais de corpo, apesar de terem dado uns três passos pra trás e avançado numa direção meio esquisita, o que faz ela tomar umas decisões meio questionáveis… Se o roteiro ajudasse um pouquinho mais ela estaria bem melhor nesse filme. Na verdade todo mundo estaria melhor nesse filme se o roteiro ajudasse um pouquinho mais.

Chegamos ao fim, da trilogia, da saga e do texto. O Episódio IX não só encerra a sua própria trilogia, ele encerra uma saga inteira. Se a Disney estiver falando a verdade, não vai ter mais nenhum Skywalker dando pinta de Jedi nos futuros filmes da franquia. Não se sabe bem o que vai acontecer com Star Wars além das séries prometidas pro serviço de streaming da Disney e das datas marcadas a partir de 2022 para novos filmes. Parece muito tempo, mas se levarmos em conta que o tempo entre trilogias nunca foi inferior a dez anos, dá pra dizer que a gente não vai esperar tanto assim.

 

Em 2019 Teve: Homem-Aranha No Aranhaverso

No longínquo ano de 2017 eu publiquei por aqui um texto apresentando aos meus caros leitores Miles Morales, também conhecido como o Homem-Aranha que vale pra mim. Na época eu estava soltando meus fogos com a possibilidade de uma aparição do meu querido Miles no cinema, mas eis que em 2018 (2019 para os habitantes de Terra Brasilis) eu vi realizado na tela do cinema o meu sonho:

Logo no início do filme o Homem-Aranha que a gente conhece, Peter Parker, falece precocemente e passa o bastão pra um Miles Morales recém mordido por uma aranha radioativa. Mas Miles não está sozinho nessa, um Peter Parker de um universo alternativo e pessoas aranha de diferentes realidades se juntam a ele para impedir o colapso de todo o multiverso.

De maneira geral Homem-Aranha no Aranhaverso não só acerta em muitas coisas, como na caracterização dos personagens, na estética e nas homenagens, mas o filme em si é um grande acerto dada a atual conjuntura dos fatos. Ao contrário do que pode parecer, fazer um filme do Homem-Aranha hoje em dia não é a tarefa mais fácil do mundo: atualmente estamos com a terceira encarnação do Homem-Aranha no cinema, queda de braço entre a Sony e a Marvel sobre o uso do personagem e fãs cheios de expectativa. Então vemos aí o trunfo maior dessa decisão: fazer um filme de animação pra driblar todos esses problemas.

Um filme de animação. Em uma animação ninguém ligaria muito para a cara, ou a voz, dos atores que interpretam os personagens ou encheria o saco pra manter a cronologia dos filmes da Marvel . Além disso era uma oportunidade única de apresentar pro grande público dois dos personagens mais populares dos quadrinhos: Miles Morales e Gwen Aranha.

Quem acompanha minimamente o mercado de quadrinhos de super-heróis sabe que Miles e essa nova versão de Gwen Stacy tomou de assalto o coração de muitos fãs. Os mesmos fãs que sabiam que muita água teria que rolar antes de qualquer um desses dois dar o ar da graça nos filmes da Marvel Studios. Gwen e Miles não teriam outra chance dessas tão cedo. Dito isso, voltamos para o filme.

Aranhaverso é um filme sobre crescimento, a descoberta de uma nova identidade e o que te faz ser o que você é. Ao longo da história não vemos Miles aprendendo a ser muito mais do que apenas um herói. Essa é a história de um garoto aprendendo a ser um Homem-Aranha. Em tempos de caracterizações equivocadas e adaptações que problemáticas temos um filme com seis, eu disse SEIS pessoas aranha na tela (sete se você contar o Homaranha que vai pra vala logo no início do filme), todos com suas próprias personalidades, estéticas e peculiaridades, mas em todos eles é fácil reconhecer o que faz um Homem-Aranha ser um Homem-Aranha.

Apesar de não parecer, o Homem-Aranha é um personagem trágico. Apesar de não ser nascido da tragédia como o Batman e outros similares, o Teioso é marcado pelas tragédias que apareceram no caminho. A perda é algo tão inerente ao personagem quanto a teia ou os poderes aracnídeos, e é justamente a perda que coloca o Homaranha no caminho do heroísmo. E não importa quantas vezes ele é jogado no não, o Homem-Aranha sempre se levanta. Todos eles sempre se levantam. Se tornar um Homem-Aranha é, acima de qualquer coisa, aprender a levantar quantas vezes for preciso.

Aranhaverso foi uma grata surpresa. Arrebatou o coração de muita gente e ganhou um monte de prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Filme de Animação, e teve resultados bons o suficiente pra garantir uma continuação, que chega em 2022. Por fim dá pra dizer que o futuro de Miles Morales no cinema parece bastante promissor, seja nesse ou em qualquer outro universo.

Previsões para 2019 (Segundo Blade Runner)

No longínquo ano de 2017 eu publiquei um post com previsões para o ano que estava só começando. Todas essas previsões foram baseadas em um filme dos anos oitenta chamado O Sobrevivente. Como filmes antigos costumam acertar bastante quando resolvem adivinhar o que vai rolar no futuro, eu resolvi assistir a outro filme em busca de previsões para o ano que mal começou. Foi aí que eu me lembrei de um filme que mal começa e já mete na sua cara um…


Obviamente eu estou falando de…


Blade Runner não é só um clássico do cinema, como também tem um monte de previsões sobre o modo de vida na Terra em 2019. Assim como O Sobrevivente faz com 2017, Blade Runner já começa acertando por mostrar que em 2019 todo mundo estaria vivendo em um mundo  bastante desgraçado. Pra mim isso foi suficiente pra dar credibilidade pra todas as outras coisas diferentes que vão chegar na nossa vida esse ano e provavelmente a maior delas é a existências dos replicantes. Em resumo os replicantes são formas de vida artificiais que replicam seres vivos naturais. Isso quer dizer que não existem só replicantes humanos, animais também são replicados. Isso quer dizer que você não vai precisar cometer um crime ambiental pra ter um animal exótico em casa.


Infelizmente não é sempre que os replicantes gostam dessa vida replicada. Alguns deles ficam até um pouco… Digamos… Mau humorados.


A publicidade também vai ser feita através de veículos nunca antes vistos. Reaproveitando a ideia dos antigos carros de som, a nova arma dos profissionais da propaganda vai ser o dirigível de som.


Se um carro de som consegue um alcance enorme, imagine um dirigível com uma tela de LED gigante e auto falantes ainda mais potentes. Mal posso esperar pra ver o impacto disso nas eleições de 2020. Mas não vai ser só peça publicitária que vai passar voando por aí. Em 2019 vamos começar a ver os primeiros carros voadores.

Digo que vamos começar porque o próprio filme mostra um tráfego aéreo bem tranquilo. Aparentemente a novidade vai chegar primeiro pras entidades públicas que cuidam da segurança já que os únicos carros voadores vistos no filme são da polícia de Los Angeles. Infelizmente essa mudança não virá sem um custo. Todos os aparelhos de ar condicionado serão removidos dos prédios públicos, todo mundo vai precisar voltar a usar ventilador.

Assim como em 2017, o comando de voz continua com tudo em 2019. Só que agora ele não está limitado apenas aos limites domésticos. Em 2019 os elevadores não só vão falar, mas também vão receber comandos de voz do usuário.


Os computadores também poderão ser totalmente operados totalmente por comando de voz. Infelizmente os modelos compatíveis não tem um visual muito arrojado, mas é um preço pequeno a se pagar pelo conforto de mexer no Photoshop sem mover um dedo sequer.


Falando em computadores, aparentemente as funções de chamada de vídeo não vão existir mais nos telefones celulares, mas pra isso já existe solução. Os, já praticamente extintos, orelhões darão lugar aos videofones públicos. Uma forma muito mais segura, ainda que pouquíssimo privada, de conversar com outra pessoa através de uma chamada de vídeo.

Por causa da crise de armazenamento, armazenar fotos digitalmente vai se tornar impossível para as pessoas comuns. Justamente por isso a impressão de fotos físicas e o uso de câmeras instantâneas, como a Polaroid, vão voltar com tudo, para o deleite daqueles que sentem falta do álbum de família ou de poder rasgar a foto da pessoa querida que acabou de se  tornar muito menos querida.


Eu poderia continuar listando infinitamente as coisas maravilhosas que vão mudar nossas vidas em 2019, mas prefiro fechar essa lista com a melhor coisa que 2019 vai ter: guarda-chuva com neon.


Eu poderia dizer que quem viver verá a confirmação de tudo que foi previsto aqui. Eu poderia dizer para esperarmos ansiosos por cada novidade, mas eu tenho certeza isso não vai acontecer e todos nós sabemos o porquê…

Retrospectiva 2018

2018 já respira por aparelhos e deve ir pra vala na próxima segunda. Justamente por isso eu resolvi bater a poeira do teclado e fingir que eu não tô devendo a retrospectiva de 2017 fazer uma breve recapitulação do ano que tá tão no fim que os próximos dias já tão dentro da margem de erro.

Esse ano foi um ano muito doido. O nível da loucura dos anos anteriores não só está sendo mantido como novos patamares são alcançados todos os dias. 2018 foi o ano das fake news, das internet sem freio, das brigas por causa de política tomando conta de todos os redutos da internet.

Peguei essa lá no Angulo de Vista

Qualquer notícia, publicação, compartilhamento e hashtag gerava todo tipo de comentário maluco e briga sem sentido. Isso nos leva pra um dos fatos mais marcantes de 2018: a prisão do ex-presidente Lula. Tudo isso rolou depois de alguns meses de novela, de um monte de manchete de jornal e do nosso compadre dos nove dedos ter se transformado num novo paradoxo quântico.

E a prisão de Lula gerou o quê? Briga. Coisa que se repetiu em vários momentos de 2018 por motivos variados, a maioria deles estava dentro do tópico de política. Isso me leva a um segundo evento que marcou 2018: a Copa do Mundo da FIFA.

Pela imagem dali de cima já deu pra ver que a nossa seleção terminou o torneio sem nem relar os dedos na taça, que foi pra casa junto com os franceses. Além disso os nossos amigos croatas que, apesar de perderem na final, conseguiram um resultado inédito e comemoraram como se fosse o título de campeão do mundo. Basta ver essa imagem  da presidente da Croácia feliz da vida entregando as medalhas pros jogadores debaixo de um toró pra ter uma ideia da alegria dos croatas.

E depois da Copa teve o quê? Eleição. E o povo tava como? Tava com o sangue nos olhos. Amizades foram desfeitas, relacionamentos acabaram, irmão se virou contra irmão, pai contra filho e nos grupos de família tinha tudo menos mensagem de bom dia. A porteira das fake news foi aberta e finalmente a internet, na verdade o Whatsapp, mostrou o seu poder de espalhar informação. E o Facebook? O Facebook virou uma terra de ninguém tão grande que nem a Mulher Maravilha topa entrar lá (fica aí a referência pra quem pegou).

Mas nem só de briga se fez a eleição desse ano. Junto com todas as coisas anteriormente listadas temos o cara que realmente surpreendeu durante o pleito eleitoral. Não sabe quem é?

Cabo Daciolo é um dos memes do ano, um dos melhores memes do ano. Com toda a sua narrativa sobre revelações divinas, perseguição dos Iluminati e comentários de um nível altíssimo de acidez, nosso compadre Daciolo conseguiu uma quantidade de votos que ninguém esperava que ele teria, superando grandes nomes da política nacional que tinham muito mais tempo de televisão e gastaram infinitamente mais grana.

Falando em votação, não podemos esquecer do cara que venceu o pleito eleitoral. Bolsonaro, o cara mais controverso já eleito desde a redemocratização desta terra verde e amarela. Digo controverso por causa de todo o barulho que ele gerou, contra e a favor dele, sem nem começar a governar nada. Mas não é hoje que a gente vai falar dele por aqui, na verdade nem sei se um dia a gente vai. Já falaram tanto dele em 2018 que eu não só não tenho muito o que dizer como também tô meio farto desse assunto.

Em 2018 também rolou o incêndio do Museu Nacional que, não só escancarou o descaso com que os nossos museus, e por que não dizer nossa História, são tratados, mas também gerou aquele prejuízo sem tamanho pro patrimônio histórico da humanidade. Também não podemos esquecer daquele que deve ser o último casamento real pelas próximas décadas. O principe Harry seguiu o exemplo do pai e do irmão e casou com uma plebeia. Obviamente a plebeia da vez, a atriz Meghan Markle, não é nenhuma pobre lascada e tem tudo pra virar uma versão mais bronzeada de Lady Di.

Como em todos os anos, muitos nomes de peso deixaram o mundo nos últimos doze meses. Na TV tivemos a partida de dois ícones do entretenimento infantil: Simon Shelton Barnes, o Tinky Winky dos Teletubbies, e Stefán Karl Stefánsson, o  vilão Robbie Rotten de Lazy Town. Além deles tivemos o falecimento de Gil Gomes, Graça Araújo, um dos principais nomes do jornalismo pernambucano, e de um dos caras mais criativos que já trabalhou na produção de um desenho animado, Stephen Hillenburg, o criador de Bob Esponja. Por aqui também nos despedimos do cara que provavelmente mais fez o papel de Jesus no mundo, José Pimentel. No mundo da música perdemos Aretha Franklin, Carlos Eduardo Miranda, um dos maiores produtores musicais e um dos jurados mais icônicos da televisão brasileira, Joe Jackson, pai de Michael Jackson e uma das figuras mais controversas da história da música americana, e por último, mas não menos importante, temos Mr. Catra.

A galera que gosta de quadrinhos lamentou a partida da dupla que criou o amigão da vizinhança. Steve Ditko e Stan Lee, apesar de há muito separados, partiram no mesmo ano para a eternidade. Os dois juntos criaram um dos super-heróis mais queridos do público, o Homem-Aranha e Stan Lee junto com vários outros artistas criou o resto do universo Marvel e de quebra deu aquela revolucionada no mercado de quadrinhos americano. De uns tempos pra cá ele só vinha revolucionando o mundo das participações especiais em filmes com personagens Marvel

Em 2018 também demos adeus a Stephen Hawking, um dos poucos físicos famosos que também era famoso fora do meio da física. Billy Graham, um dos maiores nomes do protestantismo norte americano e ex-conselheiro de um monte de presidente dos Estados Unidos. Fechando a lista temos a vereadora Marielle Franco.

Esse ano que passou foi um ano meio esquisito. Não consigo dizer que de fato foi um ano ruim, já que dentre as desgraças que saltam aos nossos olhos sempre estão as pequenas alegrias, os momentos preciosos e as conquistas que só tem valor pra quem foi lá e fez. Os sorrisos entre lágrimas, o mal previsível e o bem inesperado ou só a satisfação de ver o tempo passar por nós sem nada nos fazer.

Não dá pra saber o que 2019 vai ser, mas dá pra começar a imaginar… E pra compor a trilha sonora desse momento de reflexão eu deixo vocês com o hit supremo do ano de 2018.

Feliz ano novo e até 2019.

 

Star Wars Episódio VIII: Jedi Não Tem Plural

Fim do ano tá aí e com ele mais um filme da mais querida franquia do cinema. Sim, cara criança leitora, estou falando de mais um Star Wars. Dessa vez temos o oitavo episódio da série principal de filmes que atende pelo sugestivo título de Os Últimos Jedi. Nem preciso dizer que uma infinidade de fãs ansiosos rumaram, e ainda estão rumando, pros cinemas sedentos pelo mais novo capítulo da história de Rey, Finn, Poe e aquela galerinha do barulho que apronta altas confusões pra livrar a galáxia muito muito distante das garras nefastas da Primeira Ordem. O engraçado foi o tamanho do barulho que esse filme conseguiu criar.

Se você ainda não viu, não se preocupe que não vai ter spoiler, se você já viu, é bem possível que você concorde com boa parte do que eu vou falar aqui. Preparados? Então se segure porque vamos saltar direto no meio dessa confusão toda.


Os Últimos Jedi literalmente rachou a base de fãs de Star Wars no meio. Tudo bem que o mundo anda bem polarizado ultimamente, mas dessa vez a galera conseguiu se superar. Até petição online pra que esse filme fosse eliminado da cronologia canônica fizeram. Mas por que será que isso aconteceu? Será que foi culpa do diretor? Será que isso foi culpa do público? Será que foi culpa do governo golpista, já que antes não tinha fã de Star Wars dividido? Será que foi culpa dos porgs?

Os Últimos Jedi é principalmente sobre aprendizado e descoberta. Inclusive essa é a motivação principal de Rey ao buscar Luke Skywalker, ela quer e precisa de um mestre, alguém que mostre como ela deve usar os seus poderes recém descobertos. Nem todos os personagens têm essa mesma motivação, mas o resultado acaba sendo parecido para todos. Mas esse aprendizado não vem de graça. Os Últimos Jedi também é sobre fracasso, tentativa e erro, aprendizado através da falha, e eles se mostram professores melhores do que qualquer Jedi ou Sith jamais foi. Se no Episódio VII os nossos protagonistas nos mostraram quem eles eram, no Episódio VIII eles descobriram o que precisam se tornar e de quebra ainda trilharam boa parte do caminho que os levará até lá. E talvez seja essa uma parte boa do problema.

Uma das coisas que esse filme faz muito é quebrar as expectativas do espectador. Você ainda não viu o filme? É bem provável que boa parte do que você está esperando não aconteça. Se você já viu o filme, é bem provável que tenha tido sua expectativa quebrada umas duas ou três vezes pelo menos. E o principal de tudo é que, depois de tudo que rolou, não dá pra ter a menor ideia do que vai rolar no Episódio IX. E eu nem falo isso por causa da forma como o filme termina, falo isso por causa da forma em que tudo que parecia ter sido “prometido” em O Despertar da Força foi deixado de lado e no lugar disso veio um monte de coisa que muita gente não esperava. E particularmente eu acho isso tudo uma maravilha.

Tendo esclarecido os possíveis motivos de tanta treta entre os fãs, chegou o momento de deixar a racionalidade de lado e falar de forma mais passional. A partir de agora vou deixar de lado as análises e deixar o coração de fã bater no teclado.

É impossível pra mim pensar no Episódio VIII sem me empolgar. O visual do filme é inacreditável, a guerra nas estrelas nunca foi tão linda e Poe Dameron pilotando seu X-Wing só não é a poesia mais bonita escrita no ano de 2017 por causa de uma cena ne destruição em preto e branco que fez o cinema inteiro prender a respiração. Luke, em sua versão velha e acabada, não atendeu boa parte das minhas expectativas, mas não me decepcionou em nada. E os personagens novos? Almirante Holdo entrou com tudo na lista dos comandantes rebeldes mais memoráveis e DJ faz jus a toda tradição de trapaceiros da saga e rouba a cena em todos os momentos que aparece, mas nenhum deles conseguiu arrebatar meu coração como Rose fez. Saí do cinema desejando que Rose estivesse no Rogue One, e no Episódio IV e no Episódio V e no VI ou em qualquer outro.


Só que nada disso foi o melhor do filme. Mais do que qualquer mocinho ou bandido, qualquer Jedi velho ou fora da lei carismático. Dá pra discordar sobre tudo, menos que esse filme foi a melhor participação dela.


Leia, antes princesa e agora general, nos fez sentir ainda mais pela partida precoce de Carrie Fisher, exatamente um ano atrás. Ela não é só uma figura inspiradora, uma verdadeira líder para todos que estão ao seu redor. A última princesa de Alderaan é a legítima herdeira da Aliança Rebelde. Como líder da Resistência ela trata de ensinar pros seus companheiros mais novos como o coração de um verdadeiro rebelde deve ser. Lembrar a todos que rebeliões são construídas com base na esperança. A parte ruim de tudo isso é que não veremos essa líder tão excepcional na conclusão dessa trilogia. Uma despedida digna da grandeza dessa personagem.

O Episódio VIII veio e logo vai passar, deixando apenas a curiosidade de saber como vai ser o final dessa história, mas isso só vai rolar no longínquo futuro de 2019. Enquanto o futuro não chega o assunto de Star Wars fica por aqui. Até a próxima e que a Força esteja com você… Sempre.

2017, 75 Anos e 285 Textos

Dezembro. Ano terminando, a internet já tá cheia de gente falando de uva passa e a voz de Simone já pode ser ouvida nos mais diversos estabelecimentos do Brasil. Juntamente com o final de ano temos algumas pautas prontas alguns posts tradicionais deste querido blog. Provavelmente o mais legal deles seja o post que comemora os 75 anos de coisas diversas. Normalmente ele sai em um post com a numeração terminada em 5, mas como o 283 foi uma homenagem motivada por uma fatalidade, eu vou dar uma roubada e dizer que esse aqui é o post 285 que vale.

Começando, como sempre, com a ala musical da coisa temos os 75 anos de algumas moças já falecidas, Nara Leão, a musa da Bossa Nova, Celly Campello, a moça que tomava banho de lua e pedia pro Cupido deixar ela em paz, Clara Nunes, a primeira cantora a ter um disco com mais de 100 mil cópias vendidas. Passando pra ala masculina dos defuntos temos Ronnie James Dio, o cara que cantava Holy Diver, e o cara que minha mãe parafraseia pra me lembrar de acender os faróis na estrada, Tim Maia. Ainda nessa ala falecida temos duas vítimas da maldição dos 27 anos, Brian Jones, membro fundador dos Rolling Stones, e um dos guitarristas mais importantes de todos os tempos, Jimi Hendrix. Passando rapidamente pra parte da galera viva pra fechar logo esse tópico temos Paulinho da Viola, Milton Nascimento, Caetano, o Veloso, e seu brother Gilberto Gil. Juntamente com eles temos o possívelmente falecido Beatle Paul McCartney e Jorge Ben Jor.

Na parte de cinema abrimos os trabalhos com os 75 anos de Bambi. Sim, você não leu errado, faz 75 que a mãe do Bambi morreu. Também temos Casablanca, um clássico do cinema que provavelmente é a única coisa além de Bambi que eu reconheço da lista da Wikipédia. Na lista de personalidades do cinema que estão completando 75 anos temos Martin Scorsese e Harrison Ford, conhecido principalmente como Han Solo ou Indiana Jones.

Na última das categorias tradicionais temos os personagens de histórias em quadrinhos. Esse ano não tem muita gente, mas tem umas coisas interessantes. O primeiro da lista é mais um vilão do Batema, o Duas-Caras, que ficou bem famoso por causa do filme lá que tinha o Coringa Heath Ledger. Juntamente com ele temos Zé Carioca nos quadrinhos da Disney e a primeira edição do título solo da Mulher Maravilha, que trouxe uma série de personagens que apareceram no filme dela e que estão completando 75 anos em 2017, tais como Doutora Veneno e Etta Candy.

Mais um post de 75 anos se foi. Ele é só mais um lembrete de como 2017 tá perto do fim. Enquanto contamos regressivamente e riscamos compulsivamente os dias do calendário, lembramos desse ano e de tudo que esperamos dele. Confesso que esperava bem menos do que recebi e bem mais do que eu ofereci, mas isso é coisa pra outro dia.

Meio Cagada Essa Liga Aí

Quando os filmes baseados em quadrinhos de super-herói deixaram de ser um projeto de risco e Hollywood percebeu que as capas e as máscaras eram quase garantia de uma bilheteria boa, lá na metade pro fim da primeira década dos anos 2000, um questionamento foi levantado por muitos fãs de quadrinhos: “e o filme da Liga da Justiça?”. A Marvel começou a montar o que culminaria o primeiro filme dos Vingadores e a continuaram perguntando “e o filme da Liga da Justiça?”. Saiu Homem de Aço, o último filme solo do Superman, e mais gente começou a perguntar “cadê o filme da Liga?”. Eis que anunciam o infame Batman vs. Superman como o filme que serviria como um prelúdio pro filme da Liga e não muito tempo depois anunciaram 2017 como o ano em que finalmente veríamos a maior equipe de heróis de todos os tempos na tela grande. Aí veio BvS e todo mundo ficou com um pé atrás, pensaram que tava tudo perdido e que o filme da Liga ia ser um belo pedaço de bolo fecal. Foi aí que veio o filme dela.

O filme da Mulher Maravilha, apesar de não ser a oitava maravilha (trocadilho não intencional) do mundo, deu esperança de pelo menos ver um clima mais parecido com das histórias em quadrinhos do que os filmes que vieram antes. Só que nem tudo na vida são flores e a parada começou a desandar.

Não é de hoje que a Warner Bros. faz o favor de dificultar a vida de quem trabalha com os filmes da DC. Rolou isso em BvS, rolou isso naquela beleza que é o Esquadrão Suicida. Só que dessa vez a coisa foi pior. Por causa de uma tragédia familiar, o visionário diretor Zack Snyder acabou pulando fora da produção e foi substituído por Joss Whedon, também conhecido como o diretor de Vingadores 1 e 2. Se você estava entre as pessoas que pensaram que isso resultaria numa coisa boa, é bem provável que agora você já tenha reconhecido que se enganou.

Liga da Justiça tem uma série de problemas, mas de longe os maiores problemas do filme são por causa de coisas que rolaram fora do filme. Troca de diretor, refilmagem, Super Homem com bigode apagado digitalmente e pra completar ainda reduziram em pelo menos meia hora o tempo do longa, o resultado disso foi um número meio absurdo de cenas que apareceram no trailer e morreram na mesa do editor. O desenvolvimento dos personagens e até o ritmo da história sofreram muito com a redução na duração, sem contar que tem algumas coisas que ficaram meio estranhas de um jeito que eu não sei bem explicar, muito provavelmente por causa da troca do diretor e uma mistureba do que foi filmado antes e depois. A história do filme não é lá essas coisas, como na maioria dos filmes de herói, mas ela seria bem mais legal se o vilão não fosse meio cagado.

Liga da Justiça não só introduziu o Flash, o Ciborgue e o Aquaman no atual  universo cinematográfico da DC, também introduziu os Novos Deuses através da participação do Lobo das Estepes e sua legião de parademônios que queriam destruir a Terra em nome de Darkseid. Infelizmente a motivação do nosso amigo precisa ser deduzida com base em algumas dicas que o filme dá e acaba que a situação lá do cataclisma que o Lobo das Estepes provoca oferece bem mais risco do que ele mesmo.

A caracterização dos personagens foi bem menos problemática do que nos outros filmes. Apesar de não gostar muito do Batema piadista, achar que eles deviam ter puxado mais coisa da Mulher Maravilha de Patty Jenkins pra Mulher Maravilha da Liga e estranhar um pouco o Flash. Temos um Superman sorrindo no meio da porradaria, um Aquaman menos problemático do que eu imaginava e um Ciborgue que só não foi melhor por falta de tempo de tela.

Infelizmente o filme da Liga da Justiça não foi essa Coca-Cola toda. Sem Lanterna Verde e sem Caçador de Marte, essa equipe tá um pouco longe dos meus sonhos pra Liga no cinema, mas acho que podia ter sido bem pior. O futuro da Liga no Cinema me parece promissor o suficiente pra olhar pra frente um pouco mais esperançoso. Acho que na próxima eles conseguem.

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