Não é um blog sobre cachorros e bikinis

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Em 2019 Teve: Homem-Aranha No Aranhaverso

No longínquo ano de 2017 eu publiquei por aqui um texto apresentando aos meus caros leitores Miles Morales, também conhecido como o Homem-Aranha que vale pra mim. Na época eu estava soltando meus fogos com a possibilidade de uma aparição do meu querido Miles no cinema, mas eis que em 2018 (2019 para os habitantes de Terra Brasilis) eu vi realizado na tela do cinema o meu sonho:

Logo no início do filme o Homem-Aranha que a gente conhece, Peter Parker, falece precocemente e passa o bastão pra um Miles Morales recém mordido por uma aranha radioativa. Mas Miles não está sozinho nessa, um Peter Parker de um universo alternativo e pessoas aranha de diferentes realidades se juntam a ele para impedir o colapso de todo o multiverso.

De maneira geral Homem-Aranha no Aranhaverso não só acerta em muitas coisas, como na caracterização dos personagens, na estética e nas homenagens, mas o filme em si é um grande acerto dada a atual conjuntura dos fatos. Ao contrário do que pode parecer, fazer um filme do Homem-Aranha hoje em dia não é a tarefa mais fácil do mundo: atualmente estamos com a terceira encarnação do Homem-Aranha no cinema, queda de braço entre a Sony e a Marvel sobre o uso do personagem e fãs cheios de expectativa. Então vemos aí o trunfo maior dessa decisão: fazer um filme de animação pra driblar todos esses problemas.

Um filme de animação. Em uma animação ninguém ligaria muito para a cara, ou a voz, dos atores que interpretam os personagens ou encheria o saco pra manter a cronologia dos filmes da Marvel . Além disso era uma oportunidade única de apresentar pro grande público dois dos personagens mais populares dos quadrinhos: Miles Morales e Gwen Aranha.

Quem acompanha minimamente o mercado de quadrinhos de super-heróis sabe que Miles e essa nova versão de Gwen Stacy tomou de assalto o coração de muitos fãs. Os mesmos fãs que sabiam que muita água teria que rolar antes de qualquer um desses dois dar o ar da graça nos filmes da Marvel Studios. Gwen e Miles não teriam outra chance dessas tão cedo. Dito isso, voltamos para o filme.

Aranhaverso é um filme sobre crescimento, a descoberta de uma nova identidade e o que te faz ser o que você é. Ao longo da história não vemos Miles aprendendo a ser muito mais do que apenas um herói. Essa é a história de um garoto aprendendo a ser um Homem-Aranha. Em tempos de caracterizações equivocadas e adaptações que problemáticas temos um filme com seis, eu disse SEIS pessoas aranha na tela (sete se você contar o Homaranha que vai pra vala logo no início do filme), todos com suas próprias personalidades, estéticas e peculiaridades, mas em todos eles é fácil reconhecer o que faz um Homem-Aranha ser um Homem-Aranha.

Apesar de não parecer, o Homem-Aranha é um personagem trágico. Apesar de não ser nascido da tragédia como o Batman e outros similares, o Teioso é marcado pelas tragédias que apareceram no caminho. A perda é algo tão inerente ao personagem quanto a teia ou os poderes aracnídeos, e é justamente a perda que coloca o Homaranha no caminho do heroísmo. E não importa quantas vezes ele é jogado no não, o Homem-Aranha sempre se levanta. Todos eles sempre se levantam. Se tornar um Homem-Aranha é, acima de qualquer coisa, aprender a levantar quantas vezes for preciso.

Aranhaverso foi uma grata surpresa. Arrebatou o coração de muita gente e ganhou um monte de prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Filme de Animação, e teve resultados bons o suficiente pra garantir uma continuação, que chega em 2022. Por fim dá pra dizer que o futuro de Miles Morales no cinema parece bastante promissor, seja nesse ou em qualquer outro universo.

Retrospectiva 2018

2018 já respira por aparelhos e deve ir pra vala na próxima segunda. Justamente por isso eu resolvi bater a poeira do teclado e fingir que eu não tô devendo a retrospectiva de 2017 fazer uma breve recapitulação do ano que tá tão no fim que os próximos dias já tão dentro da margem de erro.

Esse ano foi um ano muito doido. O nível da loucura dos anos anteriores não só está sendo mantido como novos patamares são alcançados todos os dias. 2018 foi o ano das fake news, das internet sem freio, das brigas por causa de política tomando conta de todos os redutos da internet.

Peguei essa lá no Angulo de Vista

Qualquer notícia, publicação, compartilhamento e hashtag gerava todo tipo de comentário maluco e briga sem sentido. Isso nos leva pra um dos fatos mais marcantes de 2018: a prisão do ex-presidente Lula. Tudo isso rolou depois de alguns meses de novela, de um monte de manchete de jornal e do nosso compadre dos nove dedos ter se transformado num novo paradoxo quântico.

E a prisão de Lula gerou o quê? Briga. Coisa que se repetiu em vários momentos de 2018 por motivos variados, a maioria deles estava dentro do tópico de política. Isso me leva a um segundo evento que marcou 2018: a Copa do Mundo da FIFA.

Pela imagem dali de cima já deu pra ver que a nossa seleção terminou o torneio sem nem relar os dedos na taça, que foi pra casa junto com os franceses. Além disso os nossos amigos croatas que, apesar de perderem na final, conseguiram um resultado inédito e comemoraram como se fosse o título de campeão do mundo. Basta ver essa imagem  da presidente da Croácia feliz da vida entregando as medalhas pros jogadores debaixo de um toró pra ter uma ideia da alegria dos croatas.

E depois da Copa teve o quê? Eleição. E o povo tava como? Tava com o sangue nos olhos. Amizades foram desfeitas, relacionamentos acabaram, irmão se virou contra irmão, pai contra filho e nos grupos de família tinha tudo menos mensagem de bom dia. A porteira das fake news foi aberta e finalmente a internet, na verdade o Whatsapp, mostrou o seu poder de espalhar informação. E o Facebook? O Facebook virou uma terra de ninguém tão grande que nem a Mulher Maravilha topa entrar lá (fica aí a referência pra quem pegou).

Mas nem só de briga se fez a eleição desse ano. Junto com todas as coisas anteriormente listadas temos o cara que realmente surpreendeu durante o pleito eleitoral. Não sabe quem é?

Cabo Daciolo é um dos memes do ano, um dos melhores memes do ano. Com toda a sua narrativa sobre revelações divinas, perseguição dos Iluminati e comentários de um nível altíssimo de acidez, nosso compadre Daciolo conseguiu uma quantidade de votos que ninguém esperava que ele teria, superando grandes nomes da política nacional que tinham muito mais tempo de televisão e gastaram infinitamente mais grana.

Falando em votação, não podemos esquecer do cara que venceu o pleito eleitoral. Bolsonaro, o cara mais controverso já eleito desde a redemocratização desta terra verde e amarela. Digo controverso por causa de todo o barulho que ele gerou, contra e a favor dele, sem nem começar a governar nada. Mas não é hoje que a gente vai falar dele por aqui, na verdade nem sei se um dia a gente vai. Já falaram tanto dele em 2018 que eu não só não tenho muito o que dizer como também tô meio farto desse assunto.

Em 2018 também rolou o incêndio do Museu Nacional que, não só escancarou o descaso com que os nossos museus, e por que não dizer nossa História, são tratados, mas também gerou aquele prejuízo sem tamanho pro patrimônio histórico da humanidade. Também não podemos esquecer daquele que deve ser o último casamento real pelas próximas décadas. O principe Harry seguiu o exemplo do pai e do irmão e casou com uma plebeia. Obviamente a plebeia da vez, a atriz Meghan Markle, não é nenhuma pobre lascada e tem tudo pra virar uma versão mais bronzeada de Lady Di.

Como em todos os anos, muitos nomes de peso deixaram o mundo nos últimos doze meses. Na TV tivemos a partida de dois ícones do entretenimento infantil: Simon Shelton Barnes, o Tinky Winky dos Teletubbies, e Stefán Karl Stefánsson, o  vilão Robbie Rotten de Lazy Town. Além deles tivemos o falecimento de Gil Gomes, Graça Araújo, um dos principais nomes do jornalismo pernambucano, e de um dos caras mais criativos que já trabalhou na produção de um desenho animado, Stephen Hillenburg, o criador de Bob Esponja. Por aqui também nos despedimos do cara que provavelmente mais fez o papel de Jesus no mundo, José Pimentel. No mundo da música perdemos Aretha Franklin, Carlos Eduardo Miranda, um dos maiores produtores musicais e um dos jurados mais icônicos da televisão brasileira, Joe Jackson, pai de Michael Jackson e uma das figuras mais controversas da história da música americana, e por último, mas não menos importante, temos Mr. Catra.

A galera que gosta de quadrinhos lamentou a partida da dupla que criou o amigão da vizinhança. Steve Ditko e Stan Lee, apesar de há muito separados, partiram no mesmo ano para a eternidade. Os dois juntos criaram um dos super-heróis mais queridos do público, o Homem-Aranha e Stan Lee junto com vários outros artistas criou o resto do universo Marvel e de quebra deu aquela revolucionada no mercado de quadrinhos americano. De uns tempos pra cá ele só vinha revolucionando o mundo das participações especiais em filmes com personagens Marvel

Em 2018 também demos adeus a Stephen Hawking, um dos poucos físicos famosos que também era famoso fora do meio da física. Billy Graham, um dos maiores nomes do protestantismo norte americano e ex-conselheiro de um monte de presidente dos Estados Unidos. Fechando a lista temos a vereadora Marielle Franco.

Esse ano que passou foi um ano meio esquisito. Não consigo dizer que de fato foi um ano ruim, já que dentre as desgraças que saltam aos nossos olhos sempre estão as pequenas alegrias, os momentos preciosos e as conquistas que só tem valor pra quem foi lá e fez. Os sorrisos entre lágrimas, o mal previsível e o bem inesperado ou só a satisfação de ver o tempo passar por nós sem nada nos fazer.

Não dá pra saber o que 2019 vai ser, mas dá pra começar a imaginar… E pra compor a trilha sonora desse momento de reflexão eu deixo vocês com o hit supremo do ano de 2018.

Feliz ano novo e até 2019.

 

2017, 75 Anos e 285 Textos

Dezembro. Ano terminando, a internet já tá cheia de gente falando de uva passa e a voz de Simone já pode ser ouvida nos mais diversos estabelecimentos do Brasil. Juntamente com o final de ano temos algumas pautas prontas alguns posts tradicionais deste querido blog. Provavelmente o mais legal deles seja o post que comemora os 75 anos de coisas diversas. Normalmente ele sai em um post com a numeração terminada em 5, mas como o 283 foi uma homenagem motivada por uma fatalidade, eu vou dar uma roubada e dizer que esse aqui é o post 285 que vale.

Começando, como sempre, com a ala musical da coisa temos os 75 anos de algumas moças já falecidas, Nara Leão, a musa da Bossa Nova, Celly Campello, a moça que tomava banho de lua e pedia pro Cupido deixar ela em paz, Clara Nunes, a primeira cantora a ter um disco com mais de 100 mil cópias vendidas. Passando pra ala masculina dos defuntos temos Ronnie James Dio, o cara que cantava Holy Diver, e o cara que minha mãe parafraseia pra me lembrar de acender os faróis na estrada, Tim Maia. Ainda nessa ala falecida temos duas vítimas da maldição dos 27 anos, Brian Jones, membro fundador dos Rolling Stones, e um dos guitarristas mais importantes de todos os tempos, Jimi Hendrix. Passando rapidamente pra parte da galera viva pra fechar logo esse tópico temos Paulinho da Viola, Milton Nascimento, Caetano, o Veloso, e seu brother Gilberto Gil. Juntamente com eles temos o possívelmente falecido Beatle Paul McCartney e Jorge Ben Jor.

Na parte de cinema abrimos os trabalhos com os 75 anos de Bambi. Sim, você não leu errado, faz 75 que a mãe do Bambi morreu. Também temos Casablanca, um clássico do cinema que provavelmente é a única coisa além de Bambi que eu reconheço da lista da Wikipédia. Na lista de personalidades do cinema que estão completando 75 anos temos Martin Scorsese e Harrison Ford, conhecido principalmente como Han Solo ou Indiana Jones.

Na última das categorias tradicionais temos os personagens de histórias em quadrinhos. Esse ano não tem muita gente, mas tem umas coisas interessantes. O primeiro da lista é mais um vilão do Batema, o Duas-Caras, que ficou bem famoso por causa do filme lá que tinha o Coringa Heath Ledger. Juntamente com ele temos Zé Carioca nos quadrinhos da Disney e a primeira edição do título solo da Mulher Maravilha, que trouxe uma série de personagens que apareceram no filme dela e que estão completando 75 anos em 2017, tais como Doutora Veneno e Etta Candy.

Mais um post de 75 anos se foi. Ele é só mais um lembrete de como 2017 tá perto do fim. Enquanto contamos regressivamente e riscamos compulsivamente os dias do calendário, lembramos desse ano e de tudo que esperamos dele. Confesso que esperava bem menos do que recebi e bem mais do que eu ofereci, mas isso é coisa pra outro dia.

Meio Cagada Essa Liga Aí

Quando os filmes baseados em quadrinhos de super-herói deixaram de ser um projeto de risco e Hollywood percebeu que as capas e as máscaras eram quase garantia de uma bilheteria boa, lá na metade pro fim da primeira década dos anos 2000, um questionamento foi levantado por muitos fãs de quadrinhos: “e o filme da Liga da Justiça?”. A Marvel começou a montar o que culminaria o primeiro filme dos Vingadores e a continuaram perguntando “e o filme da Liga da Justiça?”. Saiu Homem de Aço, o último filme solo do Superman, e mais gente começou a perguntar “cadê o filme da Liga?”. Eis que anunciam o infame Batman vs. Superman como o filme que serviria como um prelúdio pro filme da Liga e não muito tempo depois anunciaram 2017 como o ano em que finalmente veríamos a maior equipe de heróis de todos os tempos na tela grande. Aí veio BvS e todo mundo ficou com um pé atrás, pensaram que tava tudo perdido e que o filme da Liga ia ser um belo pedaço de bolo fecal. Foi aí que veio o filme dela.

O filme da Mulher Maravilha, apesar de não ser a oitava maravilha (trocadilho não intencional) do mundo, deu esperança de pelo menos ver um clima mais parecido com das histórias em quadrinhos do que os filmes que vieram antes. Só que nem tudo na vida são flores e a parada começou a desandar.

Não é de hoje que a Warner Bros. faz o favor de dificultar a vida de quem trabalha com os filmes da DC. Rolou isso em BvS, rolou isso naquela beleza que é o Esquadrão Suicida. Só que dessa vez a coisa foi pior. Por causa de uma tragédia familiar, o visionário diretor Zack Snyder acabou pulando fora da produção e foi substituído por Joss Whedon, também conhecido como o diretor de Vingadores 1 e 2. Se você estava entre as pessoas que pensaram que isso resultaria numa coisa boa, é bem provável que agora você já tenha reconhecido que se enganou.

Liga da Justiça tem uma série de problemas, mas de longe os maiores problemas do filme são por causa de coisas que rolaram fora do filme. Troca de diretor, refilmagem, Super Homem com bigode apagado digitalmente e pra completar ainda reduziram em pelo menos meia hora o tempo do longa, o resultado disso foi um número meio absurdo de cenas que apareceram no trailer e morreram na mesa do editor. O desenvolvimento dos personagens e até o ritmo da história sofreram muito com a redução na duração, sem contar que tem algumas coisas que ficaram meio estranhas de um jeito que eu não sei bem explicar, muito provavelmente por causa da troca do diretor e uma mistureba do que foi filmado antes e depois. A história do filme não é lá essas coisas, como na maioria dos filmes de herói, mas ela seria bem mais legal se o vilão não fosse meio cagado.

Liga da Justiça não só introduziu o Flash, o Ciborgue e o Aquaman no atual  universo cinematográfico da DC, também introduziu os Novos Deuses através da participação do Lobo das Estepes e sua legião de parademônios que queriam destruir a Terra em nome de Darkseid. Infelizmente a motivação do nosso amigo precisa ser deduzida com base em algumas dicas que o filme dá e acaba que a situação lá do cataclisma que o Lobo das Estepes provoca oferece bem mais risco do que ele mesmo.

A caracterização dos personagens foi bem menos problemática do que nos outros filmes. Apesar de não gostar muito do Batema piadista, achar que eles deviam ter puxado mais coisa da Mulher Maravilha de Patty Jenkins pra Mulher Maravilha da Liga e estranhar um pouco o Flash. Temos um Superman sorrindo no meio da porradaria, um Aquaman menos problemático do que eu imaginava e um Ciborgue que só não foi melhor por falta de tempo de tela.

Infelizmente o filme da Liga da Justiça não foi essa Coca-Cola toda. Sem Lanterna Verde e sem Caçador de Marte, essa equipe tá um pouco longe dos meus sonhos pra Liga no cinema, mas acho que podia ter sido bem pior. O futuro da Liga no Cinema me parece promissor o suficiente pra olhar pra frente um pouco mais esperançoso. Acho que na próxima eles conseguem.

Eu, Você e Os Personagens Definitivos

Semana passada rolou a estreia do filme novo do Homem-Aranha. Já vi um monte de gente internet a fora dizendo não só que o filme é espetacular, mas também que nosso compadre Tom Holland é o Peter Parker definitivo. Peguei essa última afirmação e comecei a matutar. Não foi a primeira vez que eu ouvi sobre as versão definitiva de determinado personagem. Quando você consome conteúdo relacionado com cinema e (principalmente) histórias em quadrinhos, onde um personagem pode, ao longo de sua existência, passar por uma infinidade de roteiristas, diretores e produtores, é bem normal ouvir que a versão de tal diretor é a melhor ou que tal roteirista fez a versão que vale de tal personagem. Aí eu chego e pergunto: o que faz da interpretação que um autor dá a um personagem uma versão definitiva?

Superman, Homem-Aranha, Batman, Coringa, Hulk, James Bond, Sherlock Holmes, Rei Arthur, Hércules, Robin Hood, Mad Max, Jesus (sim, ele mesmo), Hannibal Lecter, Zorro e mais uma porrada de personagens tiveram várias versões em várias mídias diferentes. Se você parar pra pensar é bem possível que você tenha suas versões preferidos de cada um deles, assim como eu tenho as minhas, mas por que ela é a sua versão preferida?

Antes de nos direcionarmos ao questionamento de fato, vamos primeiro definir aqui o que é uma boa versão de um personagem. Primeiro devemos lembrar que cada personagem tem a sua versão original, nela estão estabelecidas as principais características do personagem, normalmente atendendo às demandas e preferências do público alvo daquele material. Nesse esquema que foi definido, por exemplo, que o Superman era o último filho de um planeta que explodiu, que Robin Hood roubava dos ricos pra dar aos pobres e que o James Bond era um espião super elegante que pegava todas as mulheres que estivessem dando sopa. Quando rola uma mudança muito drástica em algum desses conceitos base duas coisas podem acontecer: o personagem pode ficar totalmente descaracterizado ou o público pode ficar bem insatisfeito. Depois de garantir que os fundamentos estão lá chega a hora de começar a pensar na interpretação que vai ser dada ao personagem. É aí que chegamos ao cerne do papo das versões definitivas.

Para alguns a versão definitiva se aproveita dos conceitos clássicos e os eleva a um novo patamar, para outros a versão definitiva pode ser um olhar único sobre aquele personagem ou uma reimaginação do personagem para tempos mais modernos e até mesmo a abordagem de um aspecto nunca antes ou pouco explorado. O que importa é que o personagem pareça original mesmo para aqueles que o conhecem bem e, acima de tudo e qualquer coisa, a tal da versão definitiva precisa ser cativante.

Por mais técnica que possa parecer, a escolha da versão definitiva de um personagem é uma decisão emocional. Antes de pensarmos em versões de personagens devemos lembrar que um bom personagem consegue cativar o público. Ele pode ser um personagem secundário, um vilão ou um capanga, mas um bom personagem sempre será cativante e muitas vezes esse carisma acaba superando todos os outros fatores listados acima. Inclusive vale lembrar que muita versão tida como definitiva de alguns personagens não são assim tão definitivas. Vide lá o Coringa do nosso amigo do Heath Ledger.

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Antes de me xingar permita que eu me justifique. Nosso amigo falecido fez um trabalho ótimo como palhaço do crime, bem acima do esperado dele e o melhor que ele poderia fazer tendo um Batema bem qualquer coisa pra contracenar com ele. A questão é que ele não faz a melhor versão do personagem, a mais crua e impactante talvez, mas ainda assim não é a melhor, do cinema talvez, mas não dá pra dizer que é o melhor de todas as mídias, seria uma injustiça muito grande com Mark Hamil, que fez a voz do Coringa em tudo por uns vinte anos, e com a inacreditável versão do Coringa no Batman da Feira da Fruta. Creio que isso pode ser aplicado a vários outros personagens, mas em vez de falarmos mais disso vamos para uma rápida conclusão

De fato existe uma versão definitiva? Claro que existe, pelo menos até a próxima aparecer.

O Homem-Aranha que (Ainda) Não Está no Cinema

Ontem estreou  o mais novo filme do amigão da vizinhança, Homem-Aranha: De Volta Ao Lar. Aí você pode pensar “não aguento mais filme do Homaranha, Filipe, já vai no terceiro Homaranha. Pra quê isso?”. Bem, seria só mais um filme do Homem-Aranha se, em 2016, não tivesse acontecido isso aqui:

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O nosso amigo aracnídeo foi integrado ao universo cinematográfico da Marvel e, muito provavelmente, vão fazer uma caracterização mais legal do Aranha no cinema. Só que não é por isso que eu resolvi escrever esta publicação. Hoje o Cachorros de Bikini vai fazer um serviço de utilidade pública e apresentar para você, ser humano que não acompanha a publicação de quadrinhos da Marvel, um Homem-Aranha que pode aparecer no cinema em algum ponto do futuro: Miles Morales, o Homem-Aranha do (extinto) Universo Ultimate.

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Miles foi criado em 2011 para atender uma única necessidade: o Homem-Aranha precisava voltar a dialogar com seus leitores. Pra entender melhor como essa necessidade surgiu precisamos antes voltar um pouco mais no tempo. Em 1962 Peter Parker,o Homem-Aranha, nasceu e se tornou o personagem mais popular da Marvel porque os leitores se identificavam muito com ele. Aí os anos passaram, ele ficou mais velho, casou, descasou, casou de novo, arrumou emprego, terminou a faculdade e se afastou um pouco dos leitores. Aí a Marvel lançou, no início dos anos 2000, o Universo Ultimate, uma versão mais moderna do seu universo regular onde havia mais espaço pra criar novas interpretações dos personagens. O Homem-Aranha voltou a ser adolescente e teve sua origem atualizada. Depois disso foi o mundo real que começou a mudar. Os dados demográficos dos Estados Unidos começaram a mostrar que a ´proporção de “americanos padrão” da população tinha diminuído muito e proporção de americanos negros, hispânicos e de outras etnias variadas estava crescendo. Por consequência o público não era mais o mesmo. Peter Parker não estava mais dialogando tanto com todo mundo. Era hora de alguém novo entrar em cena. Foi por isso que o Peter Parker Ultimate morreu. Foi assim que Miles Morales nasceu para assumir o manto do Homem-Aranha.

Se você não tem familiaridade com o mercado de quadrinhos, pode até pensar que ninguém ligou muito pra esse Aranha novo. Um personagem novo, criado em uma linha editorial secundária pra substituir um personagem já consolidado. Só que, ao contrário do que pode parecer inicialmente, Miles foi um sucesso instantâneo. O público não só abraçou o novo Homem-Aranha, como também tornou o título dele o mais vendido da linha Ultimate. O sucesso do personagem foi tanto que, quando a linha Ultimate acabou, Miles foi o ÚNICO herói daquele universo incorporado ao universo regular, chegando a participar dos Vingadores. Ele se tornou tão querido pelo público que foi só sair a notícia sobre um filme do Homem-Aranha feito pela Marvel Studios que imediatamente começaram os pedidos para que Miles Morales fosse parar na tela grande.

Não preciso dizer que a estreia de Miles no cinema não aconteceu. Temos um novo Peter Parker e parece que ele vai passar um bom tempo nesse papel. Aí você pode pensar que o sonho morreu, só que isso não é bem verdade. Primeiro porque pra ter um novo Homem-Aranha é necessário ter o primeiro, já que Miles é um personagem de legado, segundo porque o cara que manda na Marvel do cinema, Kevin Feige, disse que nosso amigo Morales não só existe no universo do cinema como já tem dica disso no filme novo. AimeuDeusdocéuquefelicidade.

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Por hoje é só, crianças. Nos vemos na semana que vem.

Vamos (Finalmente) Falar de Logan

Hoje é um dia feliz, não só por ser sexta-feira, mas também por ser o dia de cumprir uma promessa. Depois de exatos vinte e um dias prometendo, hoje finalmente cumprirei a promessa de falar de uma obra cinematográfica que, não só será lembrada como um dos melhores filmes de 2017, mas também como um marco dentro do “gênero” de filmes de quadrinhos/super-heróis. Hoje o Cachorros de Bikini vai falar de Logan.

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Posso estar falando uma besteira inacreditável, mas eu tenho pra mim que a história de todo mundo com esse filme começou bem antes da primeiras notícias sobre o início da produção. Boa parte do público que foi esse mês no cinema ver o filme novo do Wolverino assistiu aqueles dois filmes horrorosos que tiveram nosso amigo Logan como protagonista. Tanto o X-Men Origens: Wolverine quanto o Wolverine: Imortal foram tão fracos que todo mundo estava com expectativas baixíssimas para o “Wolverine 3”. Aí começaram a sair os anúncios do filme novo, imagens e derivados, muita gente já tava dizendo “agora vai”. Então, em outubro de 2016, saiu esse trailer:

Aí 99,9% das pessoas disseram “agora vai”.

Eis que chegamos ao fatídico março de 2017 e todo mundo foi ver se, mais uma vez, o público tinha sido iludido pelo trailer. Depois de ver o filme duas vezes, de discutir muito sobre o filme e de ouvir algumas discussões sobre ele, posso dizer com todas as letras: não, ninguém foi enganado pelo trailer.

Wolverine é um personagem violento. Não falo isso só pelo fato dele ser extremamente agressivo, ou pelo fato dele ter garras feitas de um metal indestrutível saindo das mãos e nem por usar essas garras pra estripar seus inimigos. Wolverino é um personagem violento justamente por ter uma vida marcada por violência. Durante experiências militares, a chamada Arma X perdeu suas memórias. Restando apenas o instinto selvagem derivado da natureza da sua mutação. O caminho dele de reencontro com sua humanidade perdida é pavimentado por sangue e morte. E mesmo depois desse reencontro, o tanto de sangue e morte não diminuem.

O Logan que dá título ao filme ilustra bem isso. Um personagem envelhecido e amargurado que tenta viver longe da morte enquanto trabalha e cuida do seu antigo mentor, o Prof. Xavier, que sofre de uma doença neurológica degenerativa. Alguém que está caminhando o mais rápido que pode para o fim da vida, que não só tem o corpo em ruínas, mas uma vontade de viver tão degenerada quanto. Wolverine não é mais o que era antes e isso fica bem claro só de ver o título do filme: Logan. Um aviso de que esse não é um filme sobre um super-herói. Sem capa, sem a nobreza, sem a missão de salvar o mundo do mal e sem um nome heroico. Esse é um filme sobre o homem debaixo da máscara, sobre um cara que viveu uma vida, na medida do possível heroica, mas que deixou isso tudo pra trás. O tempo dele passou e só resta esperar pelo fim. Só que uma certa menina cruza do caminho do nosso amigo Wolverino.

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Laura, a X-23, não é só a fugitiva de um projeto secreto que transformava mutantes em armas. Não é só a menina mais badass que eu me lembro de ter visto em um filme. Ela é uma pessoa com a vida marcada pela violência. Ela lembra ao Wolverine da forma mais brutal como aquela vida desgraçada que ele teve começou e de como a mesma coisa já está acontecendo com ela. A partir daí a história se desenvolve e as coisas legais vão acontecendo, não cabe falar delas em específico aqui.

A melhor coisa do filme é, de longe, a química entre os três personagens principais: Wolverine, Prof. Xavier e Laura. Enquanto o Professor tenta ao máximo se manter fiél aos seus princípios e ajudar um mutante em dificuldades, Wolverine vive um conflito entre a sua vontade de ajudar a garota e a tentação de fugir de todos os problemas que ela trouxe consigo e Laura se vê pela primeira vez fora do laboratório onde nasceu, com pessoas que ela mal conhece, mas que já significam tanto pra ela. Vale ressaltar que Laura também foi a maior surpresa do filme, tanto a personagem quanto a atriz que interpreta.

Se a química dos três é a melhor coisa do filme, a relação da X-23 com Wolverine é o mais divertido. Ver Logan assumindo um papel paterno que ele claramente não está pronto pra assumir rende os momentos mais divertidos e, na medida do possível, leves do filme. Que são bem poucos porque no geral a vibe do filme é bem pra baixo.

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Logan é um filme pesado, violento, pra baixo, sem esperança e muito bom. E, apesar de todas as desgraceiras que acontecem o tempo todo nesse filme, o que mais ficou na minha memória foram os momentos mais leves, felizes e divertidos do filme.

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Infelizmente essa foi a despedida do Hugh Jackman do papel de Wolverine. Digo infelizmente porque esse foi o único filme solo do Wolverino que foi realmente bom. Na verdade foi um dos únicos filmes do universo X-Men que foram realmente bons. É uma pena, mas é da vida. Valeu, Hugh Jackman, até a próxima.

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Retrospectiva 2016

Outro dia eu estava na minha timeline do Facebook e me deparei com essa maravilhosa tirinha lá do pessoal do Ângulo de Vista.

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Sim, dá pra resumir 2016 nesse último quadrinho. Um ano que só estava aqui pra ver o circo pegar fogo. Doze meses terroristas que trabalharam incansáveis para deixar a vida da gente mais difícil e para celebrar a partida desse ano tão maravilhoso que vamos fazer uma breve recapitulação de algumas coisas que rolaram esse ano.

Acho que a primeira coisa que a gente lembra de 2016 é do impeachment da pessoa mais engraçada que já governou esse nosso Brasil brasileiro. Derrubaram Dilma e colocaram o nosso amigo Nosferatu no lugar. Imediatamente a gente soube que metade da graça de acompanhar as atividades da presidência foi embora junto com Dilma. A segunda coisa é que oficialmente abriram as porteiras do mundo bizarro com a eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos da América. E que Deus nos defenda dele em 2017.

Saindo um pouco da política tivemos os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Obviamente todo mundo pensou que ia dar tudo errado e o Brasil passaria toda a vergonha que não passou na copa de 2014. Contrariando as expectativas os Jogos foram uma beleza e rolaram até umas coisas que nem Zuckerberg viu chegando que nos pegaram de surpresa, como o monte de medalha que Isaquias Queiroz, o dono do melhor cabelo do canoísmo mundial, ganhou.

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Mas infelizmente nem tudo no mundo dos esportes foi alegria. Impossível não lembrar do acidente que vitimou praticamente todo o time da Chapecoense, justamente quando a equipe disputava o título mais importante da história do clube. Poucos dias atrás um time de Uganda estava num barco que afundou, matando 30 pessoas.

E talvez a maior marca de 2016 foi justamente a quantidade de gente famosa/relevante que morreu. Só de nome grande da música morreu Prince, David Bowie, Naná Vasconcelos, Caubi Peixoto, George Michael e mais um monte de gente que eu não vou listar pra lista não ficar muito grande. Os potterheads choraram a morte de Alan Rickman, o cara que deu vida ao professor Severo Snape, o único vilão em Harry Potter que realmente é um vilão bom. Os fãs de Star Wars lamentaram a morte de Kenny Baker, o carinha dentro do R2-D2, os trekers perderam Anton Yelchin, o Chekov dos últimos filmes de Star Trek, os fãs de quadrinhos deram adeus a Darwin Cooke e até os fãs de Digimon perderam a voz que cantou as músicas mais icônicas da série, Kouji Wada também não escapou de 2016. O mundo deu adeus a Debbie Reynolds pouco tempo depois de dar adeus a filha dela. A intérprete de uma das personagens mais importantes do século XX. Esse ano o mundo perdeu a Princesa de Alderaan, em 2016 perdemos Carrie Fisher.

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2016 foi ano de sobreviver. De ser jogado aos leões e de ver muita coisa dando errado. De enfrentar as dificuldades e principalmente resistir a elas. No geral foi um ano meio triste. Chegamos ao final do mês doze bem cansados e esperando que nossas armas não sejam tão necessárias nos próximos 365 dias. 2016 foi ano de lutar. Muito ou pouco todos tivemos nossas lutas e muitas vezes participamos das lutas de outros. 2017 não promete ser tão diferente, mas talvez esse ano que começa agora deva ser olhado sob outra perspectiva.

Esse ano 2016 nos deixa meio quebrados, mas também nos incentiva a olhar pra 2017 com esperança. Ano que vem vai ser um ano bom? Não dá pra saber. Vai ser pior que 2016? Espero que não. Não espero uma mudança miraculosa na vida de todos, muito menos o surgimento de alguém que vai resolver todos os problemas, mas a esperança permanece.

Um feliz ano novo para você, querido leitor. Que 2016 termine cheio de esperança e que 2017 não nos faça esperar em vão.

2016, 75 Anos e 205 Textos

    Exatamente um ano atrás eu escrevi um post especial para comemorar a marca de 75 publicações. No texto em questão eu falei de várias pessoas e personagens que completaram 75 anos em 2015. Então escolhi uma publicação com o número terminado em 5, que no caso da publicação de hoje é 205, pra fazer a lista dos aniversariantes destaques de 2016.

    No campo musical nós abrimos a lista de Dominguinhos, falecido em 2013, Benito di Paula, o cara do Amigo Charlie Brown, o ganhador do Nobel de Literatura e de mais uma porrada de prêmios de áreas diversas, Bob Dylan e por último o cara que só aparece nos nossos fins de ano: Roberto Carlos. Roberto esse que as pessoas erroneamente chamam de “Rei”. Erroneamente porque todo mundo sabe que “Rei” só Reginaldo Rossi.

    No cinema temos o aniversário de algumas obras bem importantes. O Falcão Maltês, Cidadão Kane, O Lobisomem, Sr. e Sra. Smith, que não tem nada a ver com aquele do Brad Pitt com a Angelina Jolie, e Dumbo. Sim, mais uma vez temos um desenho da Disney completando 75 anos, pelo menos dessa vez ele não é o único filme de 1941 que é lembrado até hoje, ao contrário de Pinóquio no ano passado. Passando pras pessoas os destaques vão para o ator Nick Nolte, o mestre da luta com facas, Peter Coyote, e o mestre por trás de obras como O Castelo Animado, Meu Vizinho (ou Amigo) Totoro, Viagem de Chihiro e o maravilhoso, primoroso, lindo e emocionante Princesa Mononoke. Estou falando de um dos fundadores de um dos estúdios de animação mais respeitados do universo, Hayao Miyazaki, um dos fundadores do Estúdio Ghibli.

    Na parte de televisão nós temos o jornalista que dá personalidade à todas as chamadas do Globo Repórter, Sérgio Chapelin e daquele que sempre aponta as vergonhas do Brasil, Boris Casoy. Na parte do entretenimento temos Umberto Magnani, que faleceu sem completar seu último trabalho na televisão, a novela Velho Chico, Betty Faria e Neusa Borges, que também poderiam aparecer na parte de cinema juntamente com um músico, ator de televisão e de um monte de filmes, estou falando de Mussum. Não só um dos mais queridos, ou o mais querido, do elenco original d’Os Trapalhões.

Aí chegamos na parte que eu mais gosto: os personagens de quadrinhos. Em 1941 tivemos o nascimento do Capitão América. Juntamente com o Sentinela da Liberdade foi criado seu sidekick Bucky Barnes, que posteriormente foi reformulado e hoje atende pelo nome de Soldado Invernal. Também temos o Arqueiro Verde, que virou um personagem mais modinha mainstream depois da série Arrow, e seu sidekick Ricardito, que é Speedy no original e eu nem sei como se chama na série.

Também em 41 tivemos o nascimento da Mulher Maravilha, que esse ano causou a maior comoção por ser a melhor coisa sua participação em Batman v. Superman. Não podemos esquecer do aniversário do Aquaman, provavelmente o héroi que mais serviu de inspiração pra piadas desde o tempo dos Super Amigos. Ainda cabem na lista o Caveira Vermelha, inimigo do Capitas Americano, o Pinguim, inimigo do Batema, o Homem Borracha e o Capitão Marvel Jr.. Apesar de quase ninguém conhecer esse último, podemos dizer que ele foi um dos mais influentes dessa lista. Caso você não saiba, foi o visual do Capitão Marvel Jr que inspirou o visual de Elvis Presley. Aquela capinha na metade das costas com uma gola alta e o topete que compunham o visual do Rei do Rock vieram dele. Nem preciso dizer que o motivo disso foi a admiração que Elvis tinha pelo personagem.

Chegamos ao fim de mais um especial de 75 anos, espero que tenham gostado. Sério, espero que tenham gostado porque todo ano eu vou fazer um desses e o que eu menos quero é gente torcendo o nariz pros posts que sairão nos próximos anos.

Bem-Vindo Ao Mundo Bizarro

Lembro bem como estavam as coisas ontem quando eu fui dormir. A gasolina ainda estava cara, a novela ainda estava ruim, todo mundo ainda estava falando do Enem e nada parecia muito fora do normal. Aí eu acordo de manhã e vou olhar minhas mensagens no Whatsapp e vejo um amigo falando:

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Foi quando eu pensei “ah, mas isso foi antes de terminar a apuração, deixa eu ver aqui no Google como tá o resultado”. Entro no Google, digito “eleição estados unidos” e o buscador sacode isso aqui na minha face:

Resultado

Minha reação foi essa aqui:

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Passado o choque inicial eu parei pra pensar e chego à conclusão de que o mundo realmente ficou maluco. Não vou comentar a persona polêmica de Doutor Tiririca Donald Trump. Também não vou comentar que ele deve ser a pessoa mais maluca que já sentou em cima do botão da bomba atômica. Vou me ater apenas a alguns fatos

Donald Trump provavelmente é uma das pessoas mais odiadas dos Isteites. Ele é odiado, desde o começo da campanha dele nas primárias, por todo o eleitorado do partido adversário. Ao longo da campanha ele começou a ser odiado por todo mundo que estava concorrendo com ele pela vaga de candidato do partido republicano. Depois que ele ganhou a vaga do partido começou a campanha presidencial de fato e ele começou a ser odiado por boa parte dos outros políticos do partido dele e por uma parcela dos eleitores republicanos. Apesar de tanta gente odiando nosso compadre do topete, ele venceu. Mais alguém além de mim achou que os norte americanos estavam jogando uma espécie de jogo do contrário? Sabe onde mais tudo acontece ao contrário? Lá mesmo, no Mundo Bizarro.

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Caso você não saiba do que estou falando vou fazer um resumo ligeiro. O Super-Homem Bizarro é uma cópia imperfeita do Super-Homem que não só pensa, mas também age segundo uma lógica invertida. Mais ou menos como aconteceu na eleição de ontem pra presidente dos Estados Unidos.

A única coisa que posso dizer a todos vocês é: bem-vindo ao mundo bizarro. A partir de agora é bem provável que as maluquices desse mundo de meu Deus só aumentem e tudo vire uma espécie de versão absurdamente alucinada da nossa realidade. As eleições municipais de 2016 no Brasil foram um sinal claro de que o as coisas estão todas alopradas, mas a vitória de Trump realmente abriu as portas pra o Mundo Bizarro. Agora vamos esperar pra ver se as coisas vão pro saco do jeito que todo mundo espera. Eu sinceramente espero que não e mais do que isso espero que no Mundo Bizarro o Brasil tenha um pouco mais de sorte, porque no normal tá tenso o bagulho.

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