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Acabou Game of Thrones

Finalmente terminou. No dia 19 de Maio do ano de Nosso Senhor de 2019 chega ao fim a oitava e a última temporada da série de fantasia de maior sucesso da história recente da humanidade. Há exatos dez dias foi ao ar o último episódio de Game of Thrones.

Depois de quase dois anos de espera, o público estava ensandecido com a promessa de finalmente poder assistir o empolgante final de Game of Thrones. Teorias mil estavam sendo discutidas, apostas na lista de defuntos da temporada foram feitas e só seis episódios de oitenta minutos (mais ou menos) pra resolver toda essa história… Acho que alguns problemas que rolaram já estavam anunciados.

Se você, querida pessoa leitora, não assistiu e ainda pretende assistir aos episódios finais, recomendo que salve a presente publicação e leia depois. Vão rolar uns spoilers meio pesados.

Eu passei muito tempo sem ver Game of Thrones. Pulei, literalmente, quatro temporadas. Esse ano calhou da namorada começar a assistir e acabei vendo uns episódios de uma temporada ou outra e assisti à penúltima temporada. Inclusive as minhas expectativas não estavam lá muito altas, já que a última temporada não foi aquele primor, principalmente porque metade dos diálogos terminava com Daenerys pedindo pra alguém dobrar o joelho.


Também tinha gente falando sobre a galera dobrando o joelho pra ela, o que aconteceu com a galera que não dobrou o joelho, o que ia acontecer com quem ainda não tinha escolhido e essas coisas. Pra completar João das Neves passou a temporada inteira tentando convencer todo mundo que a disputa pelo trono não importava e que todo mundo tinha mais que se preparar pra segurar o apocalipse zumbi que estava vindo de além da muralha… Como desgraça pouca é bobagem, a temporada encerrou com um dos piores romances de todos os tempos.

    Aí pulamos pra 2019 e começa a oitava temporada. Os três primeiros episódios ficaram pra resolver a treta com o Rei da Noite e os zumbis refrigerados, os outros três seriam pra finalizar a disputa pelo trono de ferro e fechar a série. A parada começou até bem, vários encontros e reencontros, nostalgia dos personagens, Brienne virando cavaleiro/cavaleira e essas coisas. Aí entra na parte meio fraca dessa temporada: os episódios de batalha. Os episódios 03 e 05 foram episódios com batalhas que tiveram alguns momentos legais, mas que no geral foram meio monótonos. Só que até aí tava tudo mais ou menos ok, mas eles inventaram que Daenerys tinha que ficar muito pistola.


Deram motivos pra ela ficar assim? Sim. Deram uma exagerada no quanto ela ficou possessa de ódio? Pra caramba. Isso coincidiu com a ideia genial que tiveram de descaracterizar metade dos personagens e tudo ficou um belo de um pedaço de cocô. Depois de um episódio inteiro de destruição gratuita e de gente sendo queimada chegamos ao episódio final. que foi meio…

Obviamente eles precisaram consertar algumas das cagadas que eles fizeram no episódio anterior, mas ainda assim o episódio final tem algumas das cenas mais bonitas e mais simbólicas da série inteira. A minha preferida é a cena que tem um dragão derretendo o Trono de Ferro.

Aí eles resolvem lá as coisas, Jão das Neves passa a faca em Daenerys (antes do dragão derreter o Trono), o movimento republicano de Westeros nasce e morre em cinco segundos, os nobres que conseguiram chegar vivos até aqui escolhem um rei novo, rola aquele final que só faltou casamento pra ser final de novela e vida que segue nos Sete Seis Reinos. Mas foi só lá que acabou mesmo, porque na internet o barulho tava só começando. Até agora tem uma galera grande que tá revoltadíssima com esse final meio qualquer coisa que a série teve. Teve gente que fez abaixo assinado pra refazerem a última temporada usando os livros que vão sair como base, teve gente pedindo pra deixarem os autores da série longe de qualquer produto audiovisual, principalmente porque eles estão confirmados nas próxima trilogia de Star Wars, e tem gente que só tá xingando sem parar mesmo.

Independente do caminho ou da situação, chegamos ao fim de Game of Thrones. Dá pra dizer sem exagero que é o fim de uma era na cultura pop. Faz quase dez anos que essa série existe, faz quase dez anos que ela gera comoção e alimenta a cultura do spoiler. Pela primeira vez em quase dez anos as pessoas não estarão esperando por Game of Thrones. Pela próxima notícia, pelo próximo episódio ou pela próxima temporada. Acabou. Nos despedimos dos rostos que aprendemos a chamar por nomes fictícios e damos por encerrado as suas histórias. Não sabemos quanto tempo vai demorar pra aparecer outra série que durante tanto tempo gere esse tanto de comoção. Também não sei se é certo esperar pelo próximo Game of Thrones, procurar um substituto e usar a série como base pra comparar tudo. Basta saber que acabou, não vai ter nada mais pra frente, mas o que aconteceu pra trás permanece. O inverno ainda está chegando, um Lannister ainda paga suas dívidas, os dragões ainda cospem fogo ao ouvir Dracarys e Jon Snow continua sem saber de nada.

 

O Inverno Chegou… Mas Tá Quase Acabando

    Estava eu pensando sobre o que escrever nesta sexta-feira gloriosa quando a internet me lembrou disso aqui:

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    Daqui a dois dias vai ao ar o primeiro episódio da sétima temporada de Game of Thrones e eu acabei lembrando que eu nunca parei pra fazer um post sobre a adaptação televisiva das Crônicas de Gelo e Fogo. Justamente por não ter assistido a adaptação televisiva das Crônicas de Gelo e Fogo eu vou parar pra comentar um pouco sobre o que acontece com o planeta Terra quando uma temporada nova do GoT(inho) começa a passar.

    Antes de mais nada devemos lembrar que o sucesso de Game of Thrones, apesar de grande desde o início, veio numa crescente ao longo desses últimos seis anos até atingir o nível de loucura que a gente vê atualmente. Trama cheia de reviravoltas, personagens carismáticos, uma quantidade (muito) acima da média de personagens morrendo de forma inesperada, aquela dose de sacanagem com gente pelada que sempre alavanca a audiência, além de jogar tudo isso dentro daquela temática de fantasia medieval que todo mundo gosta. Não é por acaso que GoT bate todos os anos os recordes de pirataria e vídeos com as reações das pessoas às principais cenas da série tomam conta do YouTube.

Inclusive eu costumo dizer que Game of Thrones é a série que os fãs adoram esperar, quando tá passando a galera fica louca esperando pelo próximo episódio e quando a temporada acaba fica todo mundo louco esperando a temporada seguinte. Depois de analisarmos esse contexto, digamos, cultural vamos pro ponto principal desta postagem.

Se você é tão macaco velho quanto eu, já deve ter notado que Game of Thrones não multiplicou o número de fãs ao longo dos anos, mas sim o seu número de futuras viúvas. Por que eu digo isso? Só porque já foi anunciado que a temporada do ano que vem será a última da série.

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    Exatamente, amiguinhos. 2018 vai ter o final de Game of Thrones. Os motivos pra isso são vários, incluindo os custos de produção e o material fonte das primeiras cinco temporadas e mais umas paradas da sexta estar esgotado. Trocando em miúdos o que rolou foi o seguinte, pegaram os livros pra fazer a série, quatro quando a série começou e mais um que saiu algum tempo depois. A série foi andando, o material foi sendo adaptado e chegou um momento que os livros acabaram. Aí você me pergunta “como assim acabaram?” uma pergunta com uma resposta bem simples. Se você for olhar a data de publicação do primeiro livro, vai ver que a galera tá disputando o Trono de Ferro faz um tempão. Foram lançados cinco livros ao longo de quinze anos (entre 1996 e 2011) e faz uns três anos que tão dizendo que o sexto livro tá pra sair. Como levou apenas um terço do tempo pra série chegar no ponto onde os livros estão atualmente e como na televisão normalmente não rola de dar uma pausa na série e voltar uns cinco anos depois, a galera resolveu se virar e encaminhar a história pro final, seguindo mais ou menos as diretrizes do autor dos livros. Ainda bem que eles resolveram não estender demais a parada pra não correr o risco de cagar tudo mais do que eles já cagaram.

    E eis que nos adiantamos pro fatídico ano de 2018. Já consigo sentir a perturbação gerada pelos gritos de lamento de milhões e milhões de pessoas ao redor do mundo. Eu tô calculando uma comoção parecida com aquela que rolou quando terminou Lost, inclusive com a mesma proporção de gente reclamando do final. Eu não tô ligando muito pra o que pode acontecer na TV, afinal eu só ligo pros livros mesmo e se nos livros a parada sair boa pra mim tá tudo certo, mas eu sou grato por tudo aquilo que apareceu por causa da série, seja camisa, caneca, boneco, jogo,  meme ou até um monte de gente que tá muito longe de ser nerd desesperado pra assistir uma série de fantasia medieval. Mas eu já tô falando demais e o assunto acabou. O assunto, mas o inverno…

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    Esse ainda demora um bocadinho pra terminar.

Acabou… Ainda Bem

    No último domingo foi ao ar o episódio final da série mais recente da franquia Gundam. Eu acompanhei, episódio por episódio, ao longo de semanas a reta final dessa história. Faz mais sentido dizer que eu acompanhei toda a sucessão de desgraças que aconteceram ao longo de toda a segunda temporada, principalmente nos últimos oito ou dez episódios. Foi tanta desgraça que, quando o último episódio chegou ao fim, em vez de ficar triste pelo fim de um anime tão bom, eu fiquei aliviado. E foi essa sensação tão singular que me deu a ideia pro post dessa quarta-feira.

    Nós, espectadores/leitores/ouvintes/jogadores, temos um hábito que é, no mínimo, pouco saudável: o hábito de se apegar aos personagens. O nível de apego varia muito de pessoa pra pessoa e depende principalmente de três fatores. O primeiro é o nível de identificação que o personagem gera no espectador. Quanto mais nós nos enxergamos naquele personagem, quanto mais vemos ali uma representação de nós mesmos, mais nos apegamos, afinal é a gente que tá ali. A identificação pode não acontecer exatamente com o personagem, pode acontecer uma identificação com a causa que aquele personagem, ou grupo de personagens defendem. Você compra a ideia. O segundo fator é o nível de admiração que o espectador tem por aquele personagem. Enquanto no primeiro caso temos os personagens mais “gente como a gente”, nesse segundo nós temos personagens que são mais icônicos, verdadeiras fontes de inspiração, algo mais parecido com o herói clássico ou uma adaptação dos arquétipos clássicos e ideais de heroísmo para o contexto da trama em questão. O terceiro fator é justamente o desempenho ou a importância do personagem dentro da história. Quanto mais diferença os personagens fazem na trama, mais queremos que ele continue fazendo a diferença. Claro que existem os personagens que fazem a diferença de forma negativa, mas esse não é o foco no momento. Aí chegamos na parte principal desta publicação: o sofrimento.

    Normalmente uma boa história apresenta um conflito interessante. Existe um desafio, um obstáculo, um inimigo, ou vários, que estão lá pra complicar a vida dos mocinhos. O mocinho vence os desafios e a história acaba. Só que existem algumas histórias em que tudo é conseguido à duras penas e os mocinhos se lascam de uma maneira absurda. Os fãs de Guerra dos Tronos, Homem-Aranha, Demolidor e de alguns desenhos japoneses sabem bem do que eu tô falando.

Todo esse sofrimento acaba ultrapassando as fronteiras da ficção e chega na gente quase como uma agressão. Em algumas histórias o mais maltratado é, sem dúvidas, o leitor/jogador/espectador. Vale aqui a menção honrosa do autor mais lembrado atualmente por maltratar seus personagens e o público, nosso amigo autor de Guerra dos Tronos, George R.R. Martin.

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Aí um dia acaba a história e junto com ela o sofrimento daqueles personagens. Quando o final do Gundam finalmente chegou, eu não tive pena de ver aquela série fantástica terminando. Eu só queria parar de esperar pela próxima desgraça. Agora não preciso esperar mais… Ainda bem. Ainda bem que acabou. Que alívio.

 

Oscar (Carnavalesco) 2017

No próximo domingo, conhecido internacionalmente nos países que usam o calendário cristão regular como 26 de fevereiro, acontece a cerimônia da entrega do Oscar, o prêmio mais famoso, e talvez um dos menos justos, prêmios do cinema mundial. Por uma questão de calendário lunar, esse ano a cerimônia acontece no domingo de carnaval.

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Isso quer dizer que, enquanto a galera estiver batendo palma pros ganhadores do careca dourado, muita gente vai estar pulando atrás do trio, cantando o enredo da escola de samba, fazendo uma resistência reacionária na defesa das marchinhas politicamente incorretas, seguindo a orquestra no desfile de uma agremiação mais velha que a minha vó ou simplesmente gritando “É Troinhaaaaa” “Olindaaaaa, quero cantaaaaar…”. Isso quer dizer que em Terra Brasilis o Oscar será eclipsado pela festa da carne e pelo feriado convenientemente prolongado. Os jornais, principalmente nos estados em que a festa é maior, e a TV vão cagar baldes para os vencedores e desconfio que nem transmissão deve rolar na TV aberta. Já que o mesmo canal que transmite a cerimônia é o que transmite o desfile das escolas de samba.

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Mas como o Cachorros de Bikini é um blog que não adere às festas de Momo, só ao feriado, ainda vamos fazer o nosso post sobre o Oscar desse ano.

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Esse ano quem tá querendo levar tudo é LaLaLaLaLaLaLa La La Land. Com 14 indicações o musical tem toda cara de que vai ser o bicho papão desse ano, mas tem uma galera correndo por fora que talvez surpreenda. E eu sinceramente espero que a surpresa venha do filme do filme de ET mais legal que eu assisti na minha vida. Tudo bem que eu não assisti tantos filmes de ET na minha vida, mas com certeza Amy Adams e Os ET A Chegada é um dos melhores de ET de todos os tempos. A jornada de Amy Adams pra falar com os ET’s está concorrendo a Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Design de Produção, Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de Som, Melhor Montagem, Melhor Fotografia, Melhor Filme e Melhor Direção. Junto com Estrelas Além do Tempo A chegada tem grandes chances de fazer que nem Mad Max no ano passado e sair tirando o doce da boca de um monte de concorrente mais favorito.

Na categoria Star Wars Desse Ano temos Rogue One concorrendo em algumas categorias técnicas, mas esse ano o páreo de Melhores Efeitos Visuais e Melhor Mixagem de Som tá bem difícil e a minha torcida pra primeira categoria é pra Kuro e As Cordas Mágicas, também conhecido como o primeiro filme de animação a concorrer na categoria de Efeitos Visuais desde O Estranho Mundo de Jack em 1994.

Nesse último ano eu assisti pouquíssimos filmes que estão entre os indicados. Tudo bem que eu nunca vejo muitos dos indicados, mas esse ano foi um dos que eu vi menos. Mas como esse post e a minha torcida são sempre baseados em coisa nenhuma, a credibilidade continua a mesma do ano passado. Bom carnaval pra você e nos vemos depois do Oscar.

E o Tema da Festa Foi… Evaristo Costa

Ontem estava eu vagabundando por um portal de notícias local quando me deparo com a seguinte manchete:

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Antes de comentar a notícia é preciso dar uma contextualizada ligeira. Graças ao advento das redes sociais nós, pessoas transeuntes comuns, conseguimos interagir com pessoas que são menos transeuntes do que a gente. Todo tipo de famoso possível e imaginável está nas redes sociais e até os que não são tão famosos assim tem lá os seus milhares de seguidores. Graças a isso a relação fã/ídolo passou para um nível totalmente diferente, principalmente porque alguns desses famosos costumam interagir bastante com os seus seguidores. Alguns deles interagem de uma forma tão, digamos, interessante que esses famosos chamam mais atenção por sua postura nas redes sociais do que pelo seu trabalho em si.

Um dos maiores exemplos disso é um dos apresentadores de telejornal mais amado do Brasil. O âncora do Jornal Hoje, Evaristo Costa. Caso você não esteja familiarizado com as atividades internéticas dele, aqui vão algumas amostras de como esse ser humano é zueiro na internet.

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Aí essa semana aí chegaram pro nosso amigo Evaristo e disse que ia rolar uma festa que o tema era “Evaristo Costa”. Pra evitar que dissessem por aí “se não tem foto, não aconteceu” um cara mandou pro nosso amigo Evaristo uma foto tirada nessa festa.

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Achando muita graça e, provavelmente, acreditando que o sucesso da festa não tinha sido essas coisas, Evaristo postou a foto de um cara que foi nessa festa e soltou a pergunta de um milhão de dólares:

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Obviamente ele recebeu uma enxurrada de fotos com pessoas, digamos, interagindo de diversas formas com a forma bidimensional do apresentador do Jornal Hoje. As melhores foram reunidas pelo próprio Evaristo naquele que já é o melhor mosaico de fotos de 2017:

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Como se não bastasse, nosso compadre jornalista, ao postar essa foto no Facebook, colocou a seguinte legenda:

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Na moral, deixa eu parar aqui pra aplaudir esse mito brasileiro.

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Pena que eu já tô velho e não dá mais tempo de ser Evaristo Costa quando eu crescer, mas ainda assim eu posso bater palmas pra esse cara. Imagine você, cara criança leitora, um apresentador de telejornal que atingiu o nível de awesomeness tão elevado ao ponto de virar tema de uma festa. Fátima Bernardes teve festa? William Bonner teve festa? Alexandre Garcia teve festa? Marcelo Resende teve festa? Nem o Papa tem festa, mas e Evaristo? Sim, ele teve e no dia que eu chegar no nível de Evaristo e virar tema de festa eu me aposento da existência terrena. Porque depois disso não vai ter nada mais pra conquistar na vida.

Seria legal se a publicação de hoje terminasse no parágrafo anterior, mas infelizmente devemos falar do final da história. Dando uma olhada na publicação de Evaristo no Facebook vi que o final dessa história não foi muito feliz.

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Descanse em paz Evaristo 2D, nunca te esqueceremos.

 

Começou o Big Brother

Muitas vezes o ano parece tão longo que a gente acaba esquecendo de algumas coisas que sempre aparecem no começo do ano. Exatamente por isso que todo ano eu esqueço que vai ter Big Brother e quando eu menos espero ele já começou.

O Big Brother Brasil é um programa que passa na TV todo ano desde 2002, sendo que no primeiro ano o programa teve duas edições. Em todas elas tivemos pouco mais de uma dúzia de participantes brigando por um prêmio em dinheiro que eu nem sei mais quanto é, mas que já foi corroído pela inflação. Ao longo de três meses que mais parecem três anos os participantes brincam, brigam, geram polêmica, se agarram uns com os outros e entretêm a família brasileira. Mas o post de hoje não é pra falar sobre toda a engenharia social do Big Brother ou do programa em si, hoje eu vou falar porque o tempo do BBB é provavelmente uma das épocas mais chatas do ano.

Se existe uma coisa no mundo que gera mais reclamações do que a novela das oito nove é o Big Brother. Tem a galera que aproveita pra reciclar o discurso da baixa qualidade do entretenimento da TV aberta e de como o Big Brother é uma desgraça na vida do brasileiro. Tem a galera que é defensora da moral e dos bons costumes e está pronta para apontar qualquer traço de imoralidade identificado no reality show. Fora a galera que odeia a Rede Glóbulo de Televisão e se apoia no discurso dos dois grupos anteriores pra poder odiar a Globo com mais força. Também tem o pessoal que assiste BBB esperando acabar pra poder ver o que vem depois e acaba acompanhando o programa por osmose e obviamente temos as pessoas que de fato são fãs do Big Brother. Aí pensando nisso a gente lembra de duas coisas: a primeira é que todas as pessoas estão na internet e que todo o ódio ou amor pelo programa são despejados aos baldes nas redes sociais, a segunda é que além desses grupos existe mais um que acaba sendo bem menos importante nessa história toda. Existe o grupo das pessoas que não estão nem aí pro Big Brother. E provavelmente essas são as que mais sofrem por causa dos outros grupos.

Imagine que você não tá ligando pro BBB. Imagine que você entra no seu Facebucket e tá lá um monte de gente falando, bem ou mal, do Big Brother. Tanta gente que quase não se fala de outra coisa. Os assuntos vão desde abaixo assinado fake pra tirar o Big Brother até os memes gerados pelo programa e todas as discussões infinitas das pessoas sobre o programa. Aí você chega à conclusão que detesta o BBB, não por aquilo que ele é, mas pelo efeito que ele provoca nas pessoas. E a pior parte é que tudo isso poderia ser evitado com algumas medidas bem simples.

Você acha a qualidade da TV aberta muito baixa? Não veja TV aberta. Hoje em dia tem internet, YouTube, Netflix e TV paga. A qualidade do seu entretenimento depende de você.

Você acha que o BBB é uma imoralidade? Não assista. Acha que não pode ter esse tanto de safadeza por causa das crianças? Até onde eu sei o programa tem uma classificação indicativa e mesmo que fosse livre para todos os públicos, cabe aos responsáveis das crianças (ou adolescentes) regular o que eles assistem.

Você odeia a Globo? Odeie não, ódio só faz mal pra você.

Pra você só interessa o programa que vai passar depois? Então fica de boa que você é de boa.

Você é fã do BBB e detesta quando as pessoas ficam reclamando por causa do BBB? Deixa esse povo pra lá ou então eles vão ficar ainda mais chatos. Você ganha mais votando pra eliminar a galera que você não gosta do programa.

Do nada esse texto pareceu meio sério? Talvez, mas eu tinha que fazer a minha parte. Faz alguns anos que o Big Brother não me atinge e eu não esquento minha cabeça reclamando dele ou brigando por causa de BBB. Por isso eu gostaria muito que todo mundo parasse de esquentar a cabeça por causa de BBB ou por causa de Globo ou por causa de qualquer coisa que passe na televisão. A gente já tem problemas demais, por favor não arrumem outros.

 

2016, 75 Anos e 205 Textos

    Exatamente um ano atrás eu escrevi um post especial para comemorar a marca de 75 publicações. No texto em questão eu falei de várias pessoas e personagens que completaram 75 anos em 2015. Então escolhi uma publicação com o número terminado em 5, que no caso da publicação de hoje é 205, pra fazer a lista dos aniversariantes destaques de 2016.

    No campo musical nós abrimos a lista de Dominguinhos, falecido em 2013, Benito di Paula, o cara do Amigo Charlie Brown, o ganhador do Nobel de Literatura e de mais uma porrada de prêmios de áreas diversas, Bob Dylan e por último o cara que só aparece nos nossos fins de ano: Roberto Carlos. Roberto esse que as pessoas erroneamente chamam de “Rei”. Erroneamente porque todo mundo sabe que “Rei” só Reginaldo Rossi.

    No cinema temos o aniversário de algumas obras bem importantes. O Falcão Maltês, Cidadão Kane, O Lobisomem, Sr. e Sra. Smith, que não tem nada a ver com aquele do Brad Pitt com a Angelina Jolie, e Dumbo. Sim, mais uma vez temos um desenho da Disney completando 75 anos, pelo menos dessa vez ele não é o único filme de 1941 que é lembrado até hoje, ao contrário de Pinóquio no ano passado. Passando pras pessoas os destaques vão para o ator Nick Nolte, o mestre da luta com facas, Peter Coyote, e o mestre por trás de obras como O Castelo Animado, Meu Vizinho (ou Amigo) Totoro, Viagem de Chihiro e o maravilhoso, primoroso, lindo e emocionante Princesa Mononoke. Estou falando de um dos fundadores de um dos estúdios de animação mais respeitados do universo, Hayao Miyazaki, um dos fundadores do Estúdio Ghibli.

    Na parte de televisão nós temos o jornalista que dá personalidade à todas as chamadas do Globo Repórter, Sérgio Chapelin e daquele que sempre aponta as vergonhas do Brasil, Boris Casoy. Na parte do entretenimento temos Umberto Magnani, que faleceu sem completar seu último trabalho na televisão, a novela Velho Chico, Betty Faria e Neusa Borges, que também poderiam aparecer na parte de cinema juntamente com um músico, ator de televisão e de um monte de filmes, estou falando de Mussum. Não só um dos mais queridos, ou o mais querido, do elenco original d’Os Trapalhões.

Aí chegamos na parte que eu mais gosto: os personagens de quadrinhos. Em 1941 tivemos o nascimento do Capitão América. Juntamente com o Sentinela da Liberdade foi criado seu sidekick Bucky Barnes, que posteriormente foi reformulado e hoje atende pelo nome de Soldado Invernal. Também temos o Arqueiro Verde, que virou um personagem mais modinha mainstream depois da série Arrow, e seu sidekick Ricardito, que é Speedy no original e eu nem sei como se chama na série.

Também em 41 tivemos o nascimento da Mulher Maravilha, que esse ano causou a maior comoção por ser a melhor coisa sua participação em Batman v. Superman. Não podemos esquecer do aniversário do Aquaman, provavelmente o héroi que mais serviu de inspiração pra piadas desde o tempo dos Super Amigos. Ainda cabem na lista o Caveira Vermelha, inimigo do Capitas Americano, o Pinguim, inimigo do Batema, o Homem Borracha e o Capitão Marvel Jr.. Apesar de quase ninguém conhecer esse último, podemos dizer que ele foi um dos mais influentes dessa lista. Caso você não saiba, foi o visual do Capitão Marvel Jr que inspirou o visual de Elvis Presley. Aquela capinha na metade das costas com uma gola alta e o topete que compunham o visual do Rei do Rock vieram dele. Nem preciso dizer que o motivo disso foi a admiração que Elvis tinha pelo personagem.

Chegamos ao fim de mais um especial de 75 anos, espero que tenham gostado. Sério, espero que tenham gostado porque todo ano eu vou fazer um desses e o que eu menos quero é gente torcendo o nariz pros posts que sairão nos próximos anos.

(Finalmente) Acabou O Campeonato Brasileiro

    Existem coisas que demoram. Existem coisas que parecem mais que nunca vão acabar. Existem coisas que parecem infinitas… E existe o Campeonato Brasileiro.

    Quem me conhece sabe que eu tenho pouquíssima afinidade com futebol. O time indo bem ou mal, pra mim faz muito pouca diferença. Algumas vezes é até divertido entrar na brincadeira e tentar irritar alguém que leva essa história de bola mais a sério. Tem vez que eu presto atenção na tabela pra ter mais assunto pra conversar com meu pai e nas copas do mundo eu vou na casa do meu avô assistir o jogo do Brasil e torcer pelo naufrágio da seleção canarinho. Mas em todo o universo do futebol existe uma coisa que eu odeio: o Campeonato Brasileiro.

    Antes de continuar gostaria de avisar aos meus amigos torcedores que não é nada pessoal. Eu entendo (pelo menos parcialmente) a paixão de vocês pelo nobre esporte bretão e pelas agremiações futebolísticas que moram em seus corações. O problema não é, pelo menos não totalmente, com vocês. Meu problema é com todo o resto.

    O Brasileirão é uma coisa que enche o meu saco. Começa com o fato do campeonato ser praticamente infinito. O Campeonato Brasileiro começa em maio e termina em dezembro, ou seja, dura de sete pra oito meses. Se uma mulher engravidar na primeira rodada do campeonato, existe uma possibilidade dela segurar o filho nos braços no mesmo momento que o capitão do time campeão levanta a taça. Pra você ter uma ideia, toda a temporada européia de futebol acontece numa janela de dez meses, e se o pessoal lá disputasse as partidas com os mesmos intervalos que disputa o pessoal aqui, é certo que duraria muito menos.

    Outra coisa que desperta o ódio no meu coração é o tanto que se fala de futebol por causa do Campeonato Brasileiro. Imagine o tempo que é destinado em todos os noticiários, ou o espaço destinado em todos os jornais e o quanto que existe de conteúdo na internet sobre coisas relacionadas ao futebol Tá lá você vendo de boa as desgraças notícias do dia ou alguma discussão sobre um tema mais sério. Aí do nada para tudo pra falar sobre futebol…

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    Mas aí chegamos no terceiro ponto que sustenta a minha aversão pelo Brasileirão: conversa sobre futebol me cansa. Eu entendo perfeitamente quando uma pessoa fala sobre o que acontece com o seu time e até acho normal falar disso. O que me cansa é quando as pessoas começam a falar sobre TUDO que está rolando no campeonato. Lá vai um que começa a falar da lesão de fulano, da recuperação de num sei quem, de outro beltrano que tá jogando muito, de outro que foi vendido. E por incrível que pareça o assunto NUNCA esgota. Basta ligar no rádio e ouvir algum programa sobre futebol pra ver. Os caras passam literalmente HORAS falando sobre futebol e muitas vezes eles passam horas falando da MESMA COISA e o assunto NUNCA ACABA.

    Pode parecer chato da minha parte, mas num país onde futebol é o assunto preferido de uma parcela grande da população, é praticamente impossível ficar isolado de toda a comoção, discussão, briga e derivados que são gerados por causa da bola. Pelo menos acabou, finalmente acabou, demorou que só, mas acabou. Até o Brasileirão acabou e 2016 não acaba. Esse ano tá demorando a passar mesmo

A Mentira Nossa de Cada Fim de Ano

Dezembro está no ar e com ele a temporada de fim de ano. Essa época tão peculiar do ano que é carregada de mentiras e enganação. E foi por causa de um amigo meu que eu parei pra pensar em como o fim de ano é um aglomerado de mentiras, invenções e derivados.

A mentira já começa na infância, onde somos induzidos a pensar que os presentes que ganhamos são trazidos por um velho escandinavo obeso que voa pelo mundo em uma velocidade sub-lúmica em seu trenó puxado por renas voadoras. A pior parte disso tudo é que os nossos pais, que normalmente compram os nossos presentes, não recebem nenhum crédito. Mesmo gastando um pedaço considerável do seu salário, nossos pobres genitores têm seu esforço eclipsado pela figura vermelha e redonda vinda sei lá de onde. A pior parte disso é que normalmente são eles que nos induzem a acreditar no velho Noel.

Outra mentira contada é sobre o clima natalino. Por causa dos filmes, séries, desenhos e afins que consumimos, somos levados a pensar no natal como uma época cheia de neve, com pinheiro pra todo lado, boneco de neve e essas coisas. Todos os enfeites remetem a neve, frio, gelo, inverno e essas coisas que só existem nos países mais pra cima do globo. Só que nós vivemos, como diz aquela música, rente aos trópicos, onde as águas de março costumavam (em alguns lugares ainda costumam) fechar o verão. Note que são as águas DE MARÇO que acabam com o verão e fazendo a conta inversa é fácil perceber que o nosso natal acontece no começo do verão. Ou seja, não dá nem pra dizer que tá pegando uma brisa fresquinha no natal, quanto mais associar o aniversário de Jesus com alguma coisa fria. E isso me lembra mais uma invenção do fim de ano.

Não sei se você sabe, mas em lugar nenhum da bíblia tem dizendo quando Jesus nasceu. É bem provável que ele tenha nascido no meio do ano, já que o relato biblíco fala de pastores dormindo no meio do campo e acordando com um coral de anjos e em dezembro faz muito frio lá pros lados da palestina, impossibilitando os pastores de dormirem ao relento com seus animais. Aí você pode estar se perguntando: “e de onde a gente tirou que Jesus nasceu no natal?”. Devemos isso aos nossos compadres romanos, que estavam numa vibe de adorar um deus chamado Mitra antes do imperador se converter a uma religião quase recém nascida chamada cristianismo. Por causa disso os cristãos deixaram de ser comida de leão do coliseu e o imperador decidiu que todo mundo tinha que ser cristão junto com ele. Mas até pro imperador romano é meio ruim de convencer todo mundo a mudar de crença do nada, por isso ele aproveitou que Mitra tinha uma história parecida com a de Jesus, instituiu o aniversário de Cristo no fim do ano e pediu pra galera bater parabéns pra ele em vez de fazer isso pra Mitra.

Como você pode ver o final de cada ano é cheio de enganação e de histórias mal contadas. Praticamente tudo que a gente faz não tem o seu propósito original ou é a adaptação de alguma coisa mais antiga. No final todos nos deixamos enganar, até porque uma coisa que costumamos evitar no fim do ano é parecer chato, e ficar reclamando de todas essas mentiras contadas desde sempre nos faz parecer bem azedos.

Jogos Olímpicos 2016

    Agosto de 2016. Pela primeira vez na televisão na história da humanidade o Brasil vai sediar os Jogos Olímpicos. Diante disso nosso assunto de hoje não poderia ser outro além de Pokémon Go da Olimpíada.

    Não preciso dizer que os Jogos são uma das coisas mais incríveis do mundo. Na minha humilde opinião isso nem é por causa da cerimônia da abertura, da quantidade absurda de pessoas envolvidas na organização/realização dos trocentos eventos que acontecem em um período muito curto ou algo relacionado ao tamanho do evento. Eu acho tudo incrível por que eu sempre tento fazer o exercício mental de me colocar na perspectiva de um daqueles atletas.

    Imagine que toda a sua vida foi regida por um único objetivo. Horas de dedicação todos os dias. Durante todos os anos de mais da metade da sua vida. Aí você chega lá. Mesmo praticando um esporte extremamente desconhecido você tem a chance de se transformar em um herói nacional. Você está na elite, vestindo as cores da sua pátria, amada ou não, ao lado de lendas vivas do esporte, perseguindo um lugar entre os imortais do esporte. Toda a sua vida, todo o seu esforço e todos os seus sacrifícios te levaram até ali e você tem poucos dias, na maioria dos casos poucas horas ou até mesmo poucos minutos pra determinar se tudo foi em vão ou não. Imagine o tamanho da ansiedade de um ser humano desse.

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    Então ampliamos o nosso espectro e observamos tudo de um plano um pouco mais amplo e as coisas ficam ainda mais impressionantes. Nos Jogos as coisas mais incríveis que um ser humano pode fazer acontecem. Onde pessoas levam seus corpos ao limite humano e fazem coisas que só dá pra acreditar por que tem replay.

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    Obviamente não só do épico vivem os Jogos, afinal os atletas são pessoas, tão humanas quanto qualquer um de nós. Carrancudos, bem humorados, sérios ou descontraídos, com todos os gritos, choros, risos, caretas, mungangas e cacuetes, são eles que dão personalidade aos Jogos. Deixando uma marca singular, talvez não na história do esporte, mas pelo menos no coração do público.

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Infelizmente esse ano a Olimpíada tem um gosto meio amargo. Consequência do gosto amargo que o Brasil tem de uns tempos pra cá. Só fazendo um exercício mental pesado vai dar pra ver tudo acontecendo sem ficar indignado. Vou tentar imaginar tudo aquilo que eu vou ver na televisão e na internet como se estivesse acontecendo em um lugar bem longe daqui. Como se o Brasil estivesse sediando os Jogos Olímpicos de Marte e os do planeta Terra estivessem acontecendo em universo diferente… É, acho que desse jeito dá certo.

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