Não é um blog sobre cachorros e bikinis

Tag: 2016

Retrospectiva 2016

Outro dia eu estava na minha timeline do Facebook e me deparei com essa maravilhosa tirinha lá do pessoal do Ângulo de Vista.

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Sim, dá pra resumir 2016 nesse último quadrinho. Um ano que só estava aqui pra ver o circo pegar fogo. Doze meses terroristas que trabalharam incansáveis para deixar a vida da gente mais difícil e para celebrar a partida desse ano tão maravilhoso que vamos fazer uma breve recapitulação de algumas coisas que rolaram esse ano.

Acho que a primeira coisa que a gente lembra de 2016 é do impeachment da pessoa mais engraçada que já governou esse nosso Brasil brasileiro. Derrubaram Dilma e colocaram o nosso amigo Nosferatu no lugar. Imediatamente a gente soube que metade da graça de acompanhar as atividades da presidência foi embora junto com Dilma. A segunda coisa é que oficialmente abriram as porteiras do mundo bizarro com a eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos da América. E que Deus nos defenda dele em 2017.

Saindo um pouco da política tivemos os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Obviamente todo mundo pensou que ia dar tudo errado e o Brasil passaria toda a vergonha que não passou na copa de 2014. Contrariando as expectativas os Jogos foram uma beleza e rolaram até umas coisas que nem Zuckerberg viu chegando que nos pegaram de surpresa, como o monte de medalha que Isaquias Queiroz, o dono do melhor cabelo do canoísmo mundial, ganhou.

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Mas infelizmente nem tudo no mundo dos esportes foi alegria. Impossível não lembrar do acidente que vitimou praticamente todo o time da Chapecoense, justamente quando a equipe disputava o título mais importante da história do clube. Poucos dias atrás um time de Uganda estava num barco que afundou, matando 30 pessoas.

E talvez a maior marca de 2016 foi justamente a quantidade de gente famosa/relevante que morreu. Só de nome grande da música morreu Prince, David Bowie, Naná Vasconcelos, Caubi Peixoto, George Michael e mais um monte de gente que eu não vou listar pra lista não ficar muito grande. Os potterheads choraram a morte de Alan Rickman, o cara que deu vida ao professor Severo Snape, o único vilão em Harry Potter que realmente é um vilão bom. Os fãs de Star Wars lamentaram a morte de Kenny Baker, o carinha dentro do R2-D2, os trekers perderam Anton Yelchin, o Chekov dos últimos filmes de Star Trek, os fãs de quadrinhos deram adeus a Darwin Cooke e até os fãs de Digimon perderam a voz que cantou as músicas mais icônicas da série, Kouji Wada também não escapou de 2016. O mundo deu adeus a Debbie Reynolds pouco tempo depois de dar adeus a filha dela. A intérprete de uma das personagens mais importantes do século XX. Esse ano o mundo perdeu a Princesa de Alderaan, em 2016 perdemos Carrie Fisher.

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2016 foi ano de sobreviver. De ser jogado aos leões e de ver muita coisa dando errado. De enfrentar as dificuldades e principalmente resistir a elas. No geral foi um ano meio triste. Chegamos ao final do mês doze bem cansados e esperando que nossas armas não sejam tão necessárias nos próximos 365 dias. 2016 foi ano de lutar. Muito ou pouco todos tivemos nossas lutas e muitas vezes participamos das lutas de outros. 2017 não promete ser tão diferente, mas talvez esse ano que começa agora deva ser olhado sob outra perspectiva.

Esse ano 2016 nos deixa meio quebrados, mas também nos incentiva a olhar pra 2017 com esperança. Ano que vem vai ser um ano bom? Não dá pra saber. Vai ser pior que 2016? Espero que não. Não espero uma mudança miraculosa na vida de todos, muito menos o surgimento de alguém que vai resolver todos os problemas, mas a esperança permanece.

Um feliz ano novo para você, querido leitor. Que 2016 termine cheio de esperança e que 2017 não nos faça esperar em vão.

2016, Um Ano para Recordar (?)

    Esse ano um evento movimentou as interwebs. Do nada os meus feeds foram invadidos por todo o tipo de manifestação apaixonada, sites que eu visito começaram a falar sobre isso, podcasts que eu escuto foram afetados e pessoas que eu conheço foram totalmente absorvidas pela magia desse acontecimento. Esse ano rolou o retorno/despedida de Gilmore Girls. Aqui no Brasil a última temporada das Lorelai lá ganhou um subtítulo bastante sugestivo: Um Ano para Recordar. Depois de filtrar todo esse excesso de nostalgia e overdose de Lorelai, café, diálogos rápidos e fãs tirando a poeira do Stars Hollow que existe dentro de seus corações, meu cérebro começou a trabalhar.

2016 está no fim. Hoje é o último dia de novembro e amanhã começa oficialmente o fim do ano. Finalmente os enfeites de natal estarão dentro do contexto, os comerciais da Coca-Cola vão mostrar a magia dessa época e vão começar a anunciar a programação de fim de ano da Globo. Pensando sobre o final de mais um ciclo solar e em todas as desgraças coisas que aconteceram nesses trezentos e trinta e poucos dias me veio a seguinte questão: 2016 é um ano para recordar?

Nem sempre os anos são memoráveis. Muitas vezes os anos são tão qualquer coisa que a gente vive lembrando das coisas que rolaram nele como se acontecessem em algum outro ano que foi mais relevante. Outras vezes os anos são tão bons que a gente nem se incomoda dele demorar um pouco mais a passar, outras vezes o bom e o ruim se equilibram de tal forma que fica difícil de saber se o saldo do ano foi negativo ou positivo. Algumas vezes os anos são 2016.

É bem provável que 2016 termine com um saldo negativo pra maioria das pessoas, mas de todo jeito algumas coisas boas aconteceram em 2016 pra todo mundo. Olhando para o calendário eu vejo que o ano pareceu longo por causa do tanto de coisa que aconteceu e quando eu penso mais um pouco vejo que apesar de muito canalha, 2016 foi um ano que trouxe consigo muitas coisas legais. Talvez não em número suficiente pra suplantar as coisas boas, mas em número suficiente pra nos fazer aguentar até agora esse ano cão. É só procurar que dá pra achar, é só catucar que aparece é só raspar que eu tenho certeza que tem.

É bem provável que o meu 2016 seja melhor de lembrar do que foi de viver. Inclusive algumas das coisas boas desse ano aconteceram dentro das páginas deste humilde blog. Conquistas pequenas como a publicação de número cem, os cinquenta contos de segunda, a página do Facebook e o primeiro aniversário, são tão significativas e tão banais quanto todas as outras pequenas coisas que aconteceram fora da internet. Em algum momento algo bom aconteceu no 2016 de todo mundo. Nem que seja o retorno/despedida de uma série que mora no coração.

Tá Todo Mundo Liso

Em 2016 um sentimento tomou conta dos brasileiros. Talvez “sentimento” não seja a palavra certa, provavelmente “condição” seria a palavra. Condição, penalidade, status alimentos negativo ou simplesmente mazela. Todas essas palavras definem bem o que aconteceu com a esmagadora maioria da população brasileira porque em 2016 todo mundo ficou liso.

Caso você seja que nem as maravilhosas pessoas de Orlândia (amo vocês, povo de Orlândia #ChupaBatatais) e não more em Pernambuco ou em outro estado do nordeste onde o termo é normalmente empregado, não se preocupe que eu vou esclarecer. Normalmente dizemos que estamos lisos quando falta grana, na pindaíba, falidos, quando as vacas magras ficaram anoréxicas e o maior sonho da vida é o salário do mês que vem. E em 2016 o liseu (estado de liseira) foi uma condição que afligiu muita gente e no final do ano essa realidade vai bater ainda mais forte.

Todo mundo está careca de saber o que normalmente acontece no fim do ano, mas resumindo bem resumido dá pra dizer que no fim do ano as pessoas gastam. Confraternizações, presentes de Natal, amigos secretos e a vinda do décimo terceiro são o combo matador da gastança. Você pode até querer gastar pouco, mas o que provavelmente acontece é você gastar mais do que queria e não gastar mais nada ou gastar pouco várias vezes de modo que no final você gastou mais do que queria. Só que estamos em 2016, ano em que todo mundo ficou liso e quem conseguiu escapar do liseu ainda está sofrendo com os efeitos do liseu ou se livrou dele faz tão pouco tempo que o trauma ainda não passou. Seja apenas psicologicamente ou na prática, a verdade é uma só: tá todo mundo liso.

O que eu mais ouvi em 2016 foram frases do tipo “posso não, tô liso”, “vou nada, tô liso”, “queria, mas tô liso”. Se você não estivesse liso a coisa mais fácil de acontecer era você não fazer nada junto com sua galera pelo fato de alguém, ou todo mundo, estar liso. É bem provável que isso se replique massivamente ao primeiro sinal de amigo secreto, confra da galera ou celebração natalina.

Pra encerrar, querido leitor, digo apenas que o liseu passa… Se não passar pelo menos diminui. Vai ser chato fim de ano sem grana? Já está sendo desde o começo do ano. Por isso não esquente sua cabeça, fica peixe que já já tudo melhora. Por enquanto dá pra ser otimista mesmo estando liso.    

Olimpíada Em Câmera Lenta

Os Jogos Olímpicos de 2016 encerraram no último domingo e, assim como suas edições anteriores, deixou uma quantidade incalculável de imagens impressionantes. Durante os poucos eventos que eu consegui assistir e acompanhando a cobertura dos Jogos nas internets cheguei à conclusão que Olimpíada é uma coisa pra se ver em câmera lenta.

    Como eu disse no dia da abertura, os Jogos por si só são uma das coisas mais incríveis do universo, mas, assim como tudo na vida, a beleza do evento olímpico está no detalhe. A beleza que se esconde na força, na técnica, no salto, na queda, no salto, no suor e na dor. Graças às transmissões podemos ver coisas que só são reveladas pela magia do replay, uma câmera lenta que supera qualquer slow motion do cinema. Detalhes que até um tempo atrás passavam invisíveis diante dos olhos de todos. Cenas que não foram ensaiadas para desfilar vagarosamente na tela do cinema, mas sim detalhes garimpados pelos olhos que miram a alta definição das câmeras.

    E o que dizer dos atletas? Não é de se estranhar que pessoas que eles dessem um jeito de levar para dentro das competições um pouco da sua personalidade. Não foi raro ver imagens de atletas com suas tatuagens, equipamentos personalizados e unhas decoradas. Dentro da rigidez dos regulamentos os competidores conseguiram levar um pouco de suas vidas pra dentro das arenas, ginásios e estádios. Seus desejos, suas motivações e seus sonhos entraram com eles em cada prova. Saber que Nathan Schrimsher competia “Por Você” ou que a arqueira carregava nos braços o desejo de ser “Melhor” e que Lee Eun-ju só queria registrar o momento em que competiu com a vizinha da Coreia do Norte, nos faz enxergar todos aqueles atletas como seres tão humanos quanto qualquer um de nós.

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Pessoas que estão ali vivendo o ponto alto de suas vidas. E não é de surpreender que aqueles que usam o corpo como ferramenta de trabalho registrem em seus corpos algo que suas mentes nunca vão esquecer.

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Pra encerrar convido a todos a acessar a galeria de imagens sensacional que está lá no site do jornal El País ou qualquer outra galeria com registros dos Jogos de 2016, até uma busca no Google Imagens tá valendo, mas não deixe de olhar os últimos dias de competição em câmera lenta. É impossível não se surpreender.

A Barba Pode Chegar ao Fim em 2016

    Especialista diz que este pode ser o ano em que a barba chegará ao fim. Foi essa noticia que apareceu essa semana no meu feed do Facebucket. Obviamente o título da matéria me chamou a atenção, por dois motivos simples: eu sou um cara de barba e queria muito saber por qual motivo a barba “chegará ao fim” em 2016.

    A matéria saiu originalmente no The Independent e fala de como a barba está saindo de moda. “Se é só isso, então por que cargas d’água você está falando disso?”, deve ser isso que você, querido leitor, deve estar pensando. Na verdade não tem nada de interessante nisso, a parte legal disso tudo é a forma como o texto foi escrito e as informações que ele se baseou para chegar à conclusão de que em 2016 a barba será derrotada por outras tendências.

    Em entrevista à revista Times britânica, o historiador (sim, historiador) e especialista no assunto (sim, historiador especialista nesse assunto), Alun Whitey, comenta que a queda da barba está prevista desde 2013. Mas apesar das previsões os cabelos da face seguiram resistindo, firmes e fortes até o fatídico ano de 2016, quando novas tendências estão ameaçando os pelos do rosto. Segundo o historiador especialista, nos Estados Unidos já existe um novo ideal que se opõe à barba: o yuccie. Quando essa classe se tornar dominante a era das barbas chegará ao fim. Sinais do fim dos tempos (para as barbas) já podem ser vistos por aí.

    Fico pensando se as coisas realmente acontecessem como foi descrito na matéria. Um estilo é considerado rei, mas aos poucos uma trama política começa a ser tecida. Aos poucos focos de resistência começam a aparecer e as coisas caminham para a mudança no poder. Um novo estilo ascende e derruba um já estabelecido, iniciando um novo reinado da moda. Fico pensando o que aconteceria com aqueles que se negassem a aceitar o novo regime. Seriam considerados subversivos? Criminosos? Sofreriam represálias? Infelizmente o jogo da moda não está nem perto de ser um Game of Thrones, mas agradeço a Deus pela ditadura da moda ser algo que não me obriga a nada. Minha barba sobreviverá ao ano de 2016.

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