Não é um blog sobre cachorros e bikinis

Tag: Moda

O Biquíni Completa 70 Anos

Eis que estava eu vagando por um portal de notícias local quando me deparo com a seguinte manchete: Biquíni completa 70 anos hoje; relembre os principais modelos de cada época. Estarrecido diante de tal notícia, encarei esse momento como um sinal dos céus de que eu precisava dedicar uma postagem ao traje de banho mais popular do mundo. Afinal o biquíni está no nome deste blog e já que eu não sei a data da invenção do cachorro, tenho o dever de pelo menos celebrar o aniversário do biquíni.

    Segundo a Wikipédia, o primeiro registro de um traje similar ao biquíni sendo  claramente utilizado para um fim específico é um mosaico romano do século IV, onde várias moças aparecem praticando esportes. Como os romanos eram uma galera prafrentex, não tanto quanto os gregos que faziam tudo pelados, não é de se estranhar que eles fossem pioneiros na prática de reduzir os trajes para algum fim específico. A maior prova disso é que o próximo ponto na história do biquíni é 5 de Julho de 1946, mais especificamente em Paris e duas coisas sobre esse momento na história me chamaram a atenção. A primeira é que até hoje biquíni é marca registrada na frança e a segunda é que o biquíni nasceu por causa de birra.

    Em 1946 um estilista chamado Jacques Heim mostrou pra todo mundo o átomo, ou como ele mesmo dizia “o menor maiô do mundo”. Três semanas depois o estilista Louis Réard apresentou o biquíni como “menor que o menor maiô do mundo”. Fico imaginando como nosso amigo Louis ficou durante essas três semanas em que ele tramou malignamente derrubar o rival com uma peça mais polêmica.

    O nome biquíni vem do Atol de Bikini que fica na Micronésia e onde no mesmo 1946 a galera fazia teste com bomba atômica. Hoje em dia ninguém mora lá, bomba atômica não é uma coisa que costuma deixar os lugares muito habitáveis. Segundo a Wikipédia, o nome foi usado por causa da ideia que o impacto causado por uma mulher usando biquíni era similar ao efeito de uma bomba nuclear… Assim… Marromenos. Apesar de não ter a capacidade de deixar ilhas da Micronésia desabitadas, o biquíni de fato causou um grande impacto.

    Não preciso nem dizer que naqueles tempos os biquínis geraram polêmica. Afinal depois que o Império Romano caiu, o ser humano ficou com uma certa nóia de não querer mostrar o corpo. Por causa disso o biquíni foi proibido em diversos países, inclusive a França, mas sempre tem uma galera mais moderna que abraça a causa, combate o conservadorismo e rompe com os padrões sociais, com o biquíni não foi diferente. Como artista é um povo muito prafrentex, foram justamente as atrizes da época que abraçaram a causa do biquíni com mais força e contribuíram pra popularizar tão singular traje de banho.

    No Brasil o biquíni foi visto pela primeira vez em 1948, mais especificamente no corpo da alemã Miriam Etz. Apesar do estranhamento inicial o Brasil acabou abraçando o biquíni, nada mais natural pra um país quente que nem o inferno tropical com uma faixa litorânea gigantesca. E depois de pegar por aqui o biquíni foi diminuindo, mudando, ajustando e hoje em dia o Brasil não é só sinônimo de biquíni, mas também o biquíni brasileiro é provavelmente um dos mais icônicos do mundo.

    Posso soar meio machista ao dizer isso, mas biquíni é coisa de mulher. Provavelmente uma das peças mais importantes na mudança da moda feminina, principalmente nos arredores dos trópicos. Provavelmente uma dos trajes mais femininos, talvez ficando atrás somente do vestido. Símbolo de uma quebra de padrões e de preconceitos, ou apenas uma prova que as moças estavam se sentindo um pouco mais poderosas. Pra fechar o texto fico com a definição de Leon Eliachar para o biquíni: “um pedacinho de pano cercado de mulher por todos os lados”.

A Barba Pode Chegar ao Fim em 2016

    Especialista diz que este pode ser o ano em que a barba chegará ao fim. Foi essa noticia que apareceu essa semana no meu feed do Facebucket. Obviamente o título da matéria me chamou a atenção, por dois motivos simples: eu sou um cara de barba e queria muito saber por qual motivo a barba “chegará ao fim” em 2016.

    A matéria saiu originalmente no The Independent e fala de como a barba está saindo de moda. “Se é só isso, então por que cargas d’água você está falando disso?”, deve ser isso que você, querido leitor, deve estar pensando. Na verdade não tem nada de interessante nisso, a parte legal disso tudo é a forma como o texto foi escrito e as informações que ele se baseou para chegar à conclusão de que em 2016 a barba será derrotada por outras tendências.

    Em entrevista à revista Times britânica, o historiador (sim, historiador) e especialista no assunto (sim, historiador especialista nesse assunto), Alun Whitey, comenta que a queda da barba está prevista desde 2013. Mas apesar das previsões os cabelos da face seguiram resistindo, firmes e fortes até o fatídico ano de 2016, quando novas tendências estão ameaçando os pelos do rosto. Segundo o historiador especialista, nos Estados Unidos já existe um novo ideal que se opõe à barba: o yuccie. Quando essa classe se tornar dominante a era das barbas chegará ao fim. Sinais do fim dos tempos (para as barbas) já podem ser vistos por aí.

    Fico pensando se as coisas realmente acontecessem como foi descrito na matéria. Um estilo é considerado rei, mas aos poucos uma trama política começa a ser tecida. Aos poucos focos de resistência começam a aparecer e as coisas caminham para a mudança no poder. Um novo estilo ascende e derruba um já estabelecido, iniciando um novo reinado da moda. Fico pensando o que aconteceria com aqueles que se negassem a aceitar o novo regime. Seriam considerados subversivos? Criminosos? Sofreriam represálias? Infelizmente o jogo da moda não está nem perto de ser um Game of Thrones, mas agradeço a Deus pela ditadura da moda ser algo que não me obriga a nada. Minha barba sobreviverá ao ano de 2016.

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