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Dezembro

Eis que chegamos à ultima página do calendário. Finalmente caiu a ficha de que 2015 está nos deixando, levando consigo uma quantidade incontável de mazelas. Porém ainda não é dessa vez que comentarei sobre esse ano tão cabuloso, o texto de hoje tem como protagonista o décimo segundo mês do ano, mais conhecido como Dezembro.

Dezembro é um dos meus meses preferidos, muito disso vem dos tempos de escola, onde Dezembro sinalizava o final de mais um ano e o início de mais um período de férias. Os filmes de natal começavam a passar na televisão, a decoração das lojas mudava e o clima de fim de ano era tão presente que era quase palpável. Hoje em dia esse mês tão cabalístico não tem o mesmo gosto de antigamente, a vida adulta acabou me roubando um pouco daquilo que me contagiava nessa época. Isso acabou me permitindo observar os curiosos ritos presentes nessa época.

Quando você fica adulto os sinais do final de ano ficam um pouco diferentes. No lugar das provas finais nós temos trabalho pra terminar antes do recesso, no lugar do presente de natal nós temos o bom e velho amigo secreto, mas não tem arauto maior do final do ano do que a confraternização. Quando a gente é criança essa palavra passa um pouco longe do nosso radar, mas quando envelhecemos é praticamente uma lei do final do ano. Seja da turma do trabalho, da faculdade, amigos do tempo do colégio, pessoal da academia, aula de inglês, pessoal da trilha, do grupo de corrida, do grupo de ciclismo ou qualquer derivado, nessa época “confraternização” é uma palavra de ordem, tudo é desculpa pra se confraternizar. Afinal é disso que as festas de ano se tratam, todo mundo junto de mão dada celebrando o amor e a união entre os povos. O lance é que em boa parte das vezes você não vê muito motivo pra se confraternizar. Em boa parte das vezes você não quer quebrar a cabeça pra achar um presente de amigo secreto que não seja uma bosta. Por isso entramos na parte mais interessante do final do ano: você não quer parecer chato.

Essa época induz um comportamento muito curioso nas pessoas, não estou falando do desejo frenético de confraternizar como se não houvesse amanhã, me refiro à aversão que você desperta nessas pessoas quando não quer participar. Isso é tratado como um crime social,  talvez o único que não tem perdão e que realmente é visto com péssimos olhos pelos demais. Afinal que tipo de pessoa se negaria a dividir momentos preciosos com essas pessoas que fizeram o seu ano uma parada tão especial?

Hoje em dia eu não vejo mais filmes de natal na tv, não sinto muito o clima de fim de ano e não me empolgo muito com a decoração natalina. Hoje em dia o fim do ano é uma linha de chegada, não só por que minhas férias começam depois do natal, mas também por que dificilmente algo fica pro ano que vem. No final do ano realmente acaba e a sensação desse término é o barato do meu dezembro.

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  1. Veja Duro de Matar na véspera do natal. Faço isso há 4 anos e sei que não há nada melhor do que esse filme para celebrar uma data tão importante.

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