Ontem estava eu sem ideias sobre o que escrever nesta quarta-feira, por isso acabei lembrando da minha lista de ideias. Em algum momento antes de começar a publicar meus escritos nesse humilde sítio virtual, eu tinha anotado algumas ideias para futuros textos. Acabou que essa lista não serviu pra nada e eu acabei escrevendo sobre tudo menos o que estava nela. Por um grande acaso lá tinha um tema que me pareceu promissor, mas não é sobre ele que escreverei hoje. Hoje o tema é a ideia que eu tive quando lembrei da minha lista de ideias.
Eu não tenho o costume de jogar as coisas fora. A menos que elas sejam de fato coisas que não valem a pena guardar, provavelmente passarão os anos em algum lugar no fundo da gaveta até que eu os encontre por acaso. Se você, assim como eu, tem essa prática pouco recomendada de acumular todo tipo de tralha e cacareco sabe do que eu estou falando. Principalmente por que a parte boa de juntar todas essas coisas está justamente na magia que cerca esse reencontro casual.
Encontrar um velho guardado que nem se lembrava mais que existia é quase como ver uma foto antiga de família ou encontrar um velho amigo. Imediatamente sensações de épocas passadas retornam com tudo e somos inundados pela mais pura nostalgia. Logo depois direcionamos todo o nosso carinho para aquela peça do passado recém redescoberta. Obviamente nenhum desses sentimentos nos fez guardar aquilo, só fomos guardando, foi ficando, ficando e ficou. Nós não jogamos fora pra preservar o passado ou eternizar nossas memórias. Não jogamos fora por falta de organização, preguiça, a ilusão de que aquilo vai servir pra alguma coisa algum dia ou então ficamos com tanta pena daquilo estragar que guardamos tão bem, mas tão bem, que acabamos não usando. Mas o mesmo não acontece depois do reencontro.
Magia define o que acontece nesse momento singular. Se antes guardamos as coisas por um mero acaso, depois que nos reencontramos com elas o motivo é outro. Guardamos com carinho. Carinho recém adquirido pelo amor recém descoberto. Infelizmente o romantismo dessa história acaba quando guardamos as coisas de volta. O espaço que elas ocupam continuará sendo um espaço indisponível. Você vai ter que arrumar mais espaço pras suas tralhas novas e provavelmente vai tender a acumular menos tralhas em função disso… Ou você vai virar um acumulador pra valer e tudo vai ficar ainda pior, mas aí já é outra história.