Um dia desses estava eu orbitando pelo meu feed do Facebook, algo muito raro nos dias de hoje, e me deparei com a seguinte postagem de uma amiga minha:

Como eu tinha tido só ideia ruim pra esses textos de assuntos de 2019 estava procurando diversificar os temas da série de posts sobre 2019, acabei lembrando de uma das coisas que movimentou a internet no ano passado: gente cancelando gente.

Devo confessar que essa parada de cancelamento chegou bem atrasada pra mim. Comecei a ouvir sobre essas coisas de gente sendo cancelada e, como eu não sou mais um jovem internético moderno e antenado, eu simplesmente ignorava e vida que segue. Em dado momento do ano o termo já estava tão difundido e aparecia em tantos lugares diferentes que fiz o que qualquer pessoa da meia-idade virtual faria no meu lugar, perguntei ao Google o que era. E pra minha surpresa se tratava de… Uma coisa que o povo sempre fez na internet, mas que agora resolveu dar um nome pra poder não só padronizar o termo, mas também pra caracterizar como algo nativo da internet.

Em resumo, uma pessoa com presença em redes sociais, normalmente alguém com um número relativamente grande de seguidores ou de alcance, faz alguma coisa que é a galera não curte muito aí todo mundo cai em cima, critica, deixa de seguir e essas coisas todas. Já viu isso em antes de 2019? Provavelmente sim, só que agora chamam de cancelamento.

Aí você pode pensar “pow, meio qualquer coisa essa parada de cancelar gente”. E eu concordaria com esse possível pensamento se, conforme o número de cancelamentos virtuais foram aumentando, não crescesse também a quantidade de gente analisando o fenômeno virtual da recém criada “cultura do cancelamento”. E dando uma googlada rápida pra reunir algum material pra compor esse texto, acabei esbarrando nisso aqui:

Acabei esbarrando nisso aqui também:

Mas é melhor focar nas paradas que têm credibilidade.

Todo ano alguém que escolhe a palavra/termo do ano. Eu falo “alguém” pelo simples fato de eu não saber quem é o responsável por isso e porque todo ano me parece que é uma instituição diferente que escolhe. Desinformações à parte, temos aí, finalmente, um indício de que esse negócio de gente cancelando gente está muito presente, não só nas ações, mas também na mentalidade da galera usuária de internet, pelo menos em língua inglesa. E que diferença isso faz? Nenhuma, assim como todas as outras coisas que pertencem ao microcosmo da internet.

Não sei se qualquer tipo de linchamento é útil ou justificado, muito provavelmente isso é um claro reflexo de como qualquer pessoa na internet está exposta, como hoje em dia as pessoas podem ser mais ouvidas, acabam ouvindo mais coisa do que gostariam. E se fizermos uma recapitulação das leis da Física, vamos lembrar que quem fala o que quer, ouve o que não quer. E com essa porção da mais vulgar filosofia que eu anuncio o cancelamento de qualquer final que esse texto poderia ter.