Não é um blog sobre cachorros e bikinis

Tag: Jogos

Post Polêmico

    Hoje resolvi criar polêmica. Quando você é proprietário de um blog é bem fácil, é só fazer um post polêmico, onde você fala de alguma coisa controversa e opinando contra uma determinada parcela da população e pronto, está criada a sua polêmica pra usar como quiser… Mas e se essa polêmica não for assim uma coisa que se diga “minha nooossa como é grande essa polêmica”?

    Tudo começou essa semana quando um amigo meu me emprestou o maravilhoso jogo Life is Strange. Fui jogando, jogando e no momento que escrevo esse texto faz menos de duas horas que terminei o jogo. No final da jogatina um amigo me perguntou “o que tu achou do final polêmico?”. Como rola muita coisa no final do jogo, perguntei sobre o que era a polêmica, ele me mandou o link de uma entrevista com o diretor do jogo. Caso você queira ler e não pretenda jogar o jogo, segue o link da entrevista. Li a curta entrevista e o que eu percebi? Não teve polêmica nenhuma.

    “Se o final não é polêmico, qual a polêmica?”. Concordo com você, querido leitor. Também fico refletindo sobre essa suposta polêmica. O jogo trata de assuntos bem sérios como bullying, assédio sexual, depressão, abuso de drogas, violência física e psicológica coisas e por aí vai. Qualquer uma dessas coisas poderia de fato gerar polêmica, mas o final em questão não gerou. O final em questão é só o fechamento da história, todos os assuntos sérios já tinham sido tratados e pouca coisa ainda precisava ser resolvida, mas aí um monte de gente jogou, reclamou do final e… Só. Toda a polêmica gerada não passou de um mimimi ruidoso de uma parcela dos jogadores, na verdade chamar de polêmica foi uma bondade de quem colocou o título na matéria.

    Aí vem a pergunta de um milhão de dólares: como saber se uma coisa é polêmica ou não? Pra mim só é polêmico se vira textão do Facebook, tweet de pastor radical, quando tem tweet de artista rebatendo o pastor radical, e  quando vira pauta de matéria pro Fantástico. Um conteúdo só é polêmico quando chama atenção fora do próprio nicho, além do próprio público. No final “polêmica” é só uma palavra que estão usando pra deixar as manchetes mais atrativas.

    “Ei, Filipe, cadê a polêmica que tu ia criar?”. Ah sim, obrigado por me lembrar… Deixa eu ver… Já sei. Imagine comigo: plantar um feijão no algodão é muito parecido com colocar um bebê humano pra crescer no cadáver de uma vaca. Pense nisso e até o próximo texto.

Eu, Você e Os Jogos Malditos

    No último domingo um amigo meu entrou no grupo de chat e anunciou que estava jogando um jogo casual, simples e gratuito. “Baixa esse jogo, vocês vão se lascar, não posso me lascar sozinho”, foram essas palavras aflitas que o sujeito supracitado usou para convencer os integrantes do grupo a jogar também. Eu baixei o jogo, eu joguei o jogo e eu me lasquei.

    Não citarei o nome do jogo para não ajudar a espalhar essa desgraça pelo mundo, mas farei uma descrição ligeira dele. O jogo consiste em clicar na tela para eliminar monstrinhos e passar de fase. Você ganha dinheiro matando os monstros e faz uma infinidade de upgrades pra conseguir matar os monstros mais ligeiro. A graça do jogo desaparece pouco tempo depois, os números chegam a casas astronômicas e param de fazer sentido. Em vez de parar de jogar o que eu faço? Continuo jogando. Gasto um pouco mais de tempo e desligo. No outro dia eu abro de novo e o jogo não parou. Acho um absurdo e o jogo começa a parecer pior. Nem por isso eu paro de jogar.

    O tempo gasto nesse entretenimento maldito é muito menor do que eu costumo gastar em outros jogos, mas qualquer minuto gasto com isso parece custar horas do meu dia. Diante desse quadro revoltante eu fico pensando em quantas pessoas estão na mesma situação.

    O vício em jogos casuais é uma praga relativamente recente. Quem tem a minha idade lembra da febre que foram os jogos do Orkut. As pessoas mais improváveis gastavam a vida jogando Colheita Feliz e coisas do tipo. No Facebook isso também acontece e depois da popularização dos smartphones isso tomou proporções inimagináveis. Isso me leva a questionar o motivo pelo qual esses jogos nos escravizam dessa forma. Pensando um pouco só chego a uma conclusão: todos esses jogos foram tocados pelo demônio e estão infundidos com o poder das trevas.

    Pra mim não existe outra explicação. Algo sobrenatural move esses joguinhos e por isso ficamos presos apesar da raiva e da aversão que eles nos causam. Deixo aqui registrado que pretendo reverter essa relação nociva com o jogo maldito que apareceu na minha vida. Pretendo acabar com essa jogatina sem sentido e voltar minha atenção para vícios menos danosos opções de entretenimento mais saudáveis. Caso você, estimado leitor, esteja passando por uma situação semelhante, saiba que você não está sozinho. Um dia conseguiremos nos livrar dessa desgraça… Mas enquanto esse dia não chega, vou aqui olhar o quanto de dinheiro juntou enquanto eu escrevia esse texto.

Aila e Ayla

Outro dia estava eu conversando com uma amiga. Em dado momento ela me manda a seguinte mensagem “Vou lá em Aila hj”. Imediatamente eu me lembrei desse video, a cena de apresentação de Ayla, personagem de um jogo relativamente antigo. Obviamente eu não podia perder a oportunidade de fazer uma graça com essa coincidência. Joguei uma imagem da personagem do jogo na conversa e fiz um resumo de quem era a sujeita. Em resposta minha amiga mandou um “hahahahah” seguido de um “Vou mostrar essa conversa a ela”. Naquele momento eu não fazia ideia do que tinha acabado de fazer.

Deixando de lado toda a roupagem fantasiosa do jogo e se concentrando na essência do personagem, podemos dizer que Ayla é uma mulher forte, independente, corajosa e que contribui de forma relevante para a sociedade onde vive. Eu não conheço Aila, da mesma forma que não conhecia quando fiz a brincadeira com o nome dela e o da personagem do jogo, mas pouco tempo depois descobri que ela vem passando por uma fase complicada da vida. Assim como muitas pessoas de verdade ela vem enfrentando problemas bem reais. Não cabe a mim dizer quais são esses problemas, mas de alguma forma apresentar as duas, a personagem e a pessoa de verdade, conseguiu produzir um efeito positivo. Pelo menos eu gosto de pensar dessa forma.

Não sei qual o corte do cabelo de Aila, se ela usa um porrete, se usa roupas feitas de pele ou se ela luta contra inimigos reptilianos em um mundo pré-histórico. Eu sei que ela tem enfrentado um inimigo bem mais assustador, inimigo esse que ainda não conseguiu vencer. Apesar disso sei que Aila provavelmente tem força e coragem suficientes pra deixar Ayla com inveja. Particularmente alimento a ilusão de que ao apresentar as duas eu tenha lembrado Aila de que ela é tão forte quanto Ayla. Se eu estiver enganado… Pelo menos valeu a pena fazer a pessoa de verdade conhecer alguém legal que carrega o mesmo nome dela, alguém que provavelmente ela nunca conheceria.

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