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Tag: Lembranças

Disso Eu Sempre Esqueço

Memória é uma das paradas mais misteriosas que existe. A gente costuma imaginar o nosso cérebro como uma coisa parecida com nosso computador, com cada coisa no seu lugar certinho, tudo arquivado e organizado, mas tudo funciona de um jeito muito louco. E de todas as coisas do nosso cérebro a mais louca de todas é a memória.

Poucas coisas na vida são mais aleatórias do que nossa memória. Basta lembrar do tanto de coisas inúteis que vem fácil na nossa cabeça e da quantidade de coisa que a gente precisa lembrar e não lembra. Também tem aquelas coisas que lembramos, esquecemos, lembramos e esquecemos de novo em um looping maluco de esquecimento e lembrança que muitas vezes acontece ao longo de poucos minutos. Porém existe algo pior do que esquecer das coisas: nunca conseguir lembrar.

Não tem jeito, todo mundo tem alguma coisa que sempre escapa. Pagar uma conta, abastecer o carro, assinar a prova, marcar o gabarito, início do prazo, final do prazo, aniversários, datas comemorativas, consulta médica, hora do remédio, desligar alguma coisa, tirar outra da tomada e mais uma infinidade de outras miudezas cotidianas. Sempre, mas pode ter certeza que sempre tem alguma coisa que você esquece em praticamente 100% das vezes. Pode tentar o quanto quiser, pode colocar lembrete, alarme e barbante no dedo. Seu cérebro vai sempre trabalhar de forma que uma nuvem de esquecimento fique estacionada sobre aquela coisa. A seguir farei um relato pessoal para exemplificar melhor.

Quem me conhece costuma dizer que eu tenho uma memória boa. Boa parte das minhas lembranças foram sumariamente esquecidas pelos meus amigos, de modo que volta e meia parece mais que eu estou inventando a história toda. Além disso existe uma quantidade inacreditável de informação completamente inútil que eu tenho guardado na minha cabeça e sem motivo aparente o meu cérebro se recusa a me deixar esquecer. Mas eu fico pensando por qual motivo, razão ou circunstância eu sempre esqueço de colocar o efeito riscado.

O efeito riscado do WordPress é um recurso que eu particularmente gosto muito. Ele é ótimo pra dar um efeito cômico e similares. Só que toda vez que eu escrevo um post com esse efeito… Eu só lembro de colocar um tempão depois. Quando todo mundo interessado já leu e viu uma parada totalmente sem sentido escrita no meio do texto… Espero pelo menos ter lembrado de colocar os efeitos nesse aqui, por que o final que eu tinha pensado antes acabei esquecendo.

Sobre Ideias E Coisas Guardadas

Ontem estava eu sem ideias sobre o que escrever nesta quarta-feira, por isso acabei lembrando da minha lista de ideias. Em algum momento antes de começar a publicar meus escritos nesse humilde sítio virtual, eu tinha anotado algumas ideias para futuros textos. Acabou que essa lista não serviu pra nada e eu acabei escrevendo sobre tudo menos o que estava nela. Por um grande acaso lá tinha um tema que me pareceu promissor, mas não é sobre ele que escreverei hoje. Hoje o tema é a ideia que eu tive quando lembrei da minha lista de ideias.

    Eu não tenho o costume de jogar as coisas fora. A menos que elas sejam de fato coisas que não valem a pena guardar, provavelmente passarão os anos em algum lugar no fundo da gaveta até que eu os encontre por acaso. Se você, assim como eu, tem essa prática pouco recomendada de acumular todo tipo de tralha e cacareco sabe do que eu estou falando. Principalmente por que a parte boa de juntar todas essas coisas está justamente na magia que cerca esse reencontro casual.

    Encontrar um velho guardado que nem se lembrava mais que existia é quase como ver uma foto antiga de família ou encontrar um velho amigo. Imediatamente sensações de épocas passadas retornam com tudo e somos inundados pela mais pura nostalgia. Logo depois direcionamos todo o nosso carinho para aquela peça do passado recém redescoberta. Obviamente nenhum desses sentimentos nos fez guardar aquilo, só fomos guardando, foi ficando, ficando e ficou. Nós não jogamos fora pra preservar o passado ou eternizar nossas memórias. Não jogamos fora por falta de organização, preguiça, a ilusão de que aquilo vai servir pra alguma coisa algum dia ou então ficamos com tanta pena daquilo estragar que guardamos tão bem, mas tão bem, que acabamos não usando. Mas o mesmo não acontece depois do reencontro.

    Magia define o que acontece nesse momento singular. Se antes guardamos as coisas por um mero acaso, depois que nos reencontramos com elas o motivo é outro. Guardamos com carinho. Carinho recém adquirido pelo amor recém descoberto. Infelizmente o romantismo dessa história acaba quando guardamos as coisas de volta. O espaço que elas ocupam continuará sendo um espaço indisponível. Você vai ter que arrumar mais espaço pras suas tralhas novas e provavelmente vai tender a acumular menos tralhas em função disso… Ou você vai virar um acumulador pra valer e tudo vai ficar ainda pior, mas aí já é outra história.

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