Tem coisas que a gente pensa que todo mundo tem. Como senso crítico, bom senso, noção e outras coisas. De fato poucas coisas todo mundo realmente tem. Entre elas está o nome.

Nome que te deram, nome que você se deu, nome que virou nome sem querer. Não importa. Todo mundo é chamado de alguma coisa, faz parte do nosso ser e é a pedra fundamental da nossa identidade, mas todo esse papo sobre nome foi motivado por um fato cotidiano ligeiramente curioso.

Fui assistir um filme no cinema antigão do centro do Recife, o São Luis. Só que essa conversa sobre nomes não tem relação alguma com o cinema em si ou com a sua idade, nem com o filme, menos ainda com o Recife. Tudo aconteceu quando eu entreguei meu ingresso na entrada do cinema, espiei o crachá do senhor que estava conferindo os bilhetes e vi em letras pretas o nome:

“Rock Stanley”

Claro que eu só consegui processar a informação alguns minutos depois. Não é todo dia que se encontra um senhor de óculos, com a barba e o cabelo grisalhos com um crachá escrito “Rock Stanley”. Imediatamente comecei a imaginar se esse é o real nome do sujeito ou se a galera pode colocar apelidos no crachá lá no São Luís. Também comecei a pensar se eu tinha lido errado, mas esses pensamentos foram afastados. É inúmeras vezes mais legal saber que no mundo existe alguém com o nome de Rock Stanley.

É quase inevitável não imaginar a professora fazendo a chamada e perguntando se Rock Stanley estava presente ou Rock Stanley sendo chamado pra entrar num consultório médico. E diante da tela do computador eu imagino uma lápide, um cartão de crédito e uma carteira de motorista com o nome “Rock Stanley”. Espero não ter lido mal e espero que não seja um apelido, porque agora o mundo está muito mais legal pra mim. Porque é muito legal saber que existe um Rock Stanley.