Em um dia qualquer dessa semana estava eu chegando à minha estação de trabalho. Sento na minha cadeira, olho pra tela de login do Windows e vejo que ele carregou o seguinte link: Conheça o carro que pula corda. Não, esse não é o link que eu vi no meu computador. mas depois de uma pesquisa que não passou da terceira página do Google minuciosa, e de ver que só tinha esse carro mesmo pulando corda na internet, escolhi o melhor link que eu consegui arrumar.

Antes de continuar faço uma pausa para você, caro leitor, entrar nesse link e assistir a mais essa joia da internet. “Filipe, preciso disso pra entender o resto desse texto?”. Não, não precisa, mas convenhamos, ainda é um carro pulando corda. Se mesmo assim você não quiser ver o vídeo, aqui vai um GIF hipnótico com os melhores momentos.

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Quando eu vi esse bendito carro pulando corda eu pensei “mas que bela bosta, hein?”. Imaginei que seria algo um pouco mais… Digamos… Interessante. Claro que eu não esperava muito, afinal eu demorei uns três dias pra ver o tal carro e só fiz isso pra poder escrever esse texto depois. Mas isso me levou a uma conclusão: quanto mais merda é o conteúdo, maior a chance de você clicar no maldito link. Só pra ver qual é.

O que mais se vê por aí são links com “você não vai acreditar”, “conheça aqui”, “confira o final impressionante dessa história” ou “como você nunca viu”. Inicialmente você ignora totalmente, depois para pra pensar se leu certo mesmo, volta pra ver. Nesse ponto a semente da curiosidade já está plantada no seu cérebro. Um momento de hesitação, a vontade irresistível, o clique fatídico e então… Decepção. Sim, decepção. A decepção é uma certeza por que sempre, ou pelo menos na esmagadora maioria das vezes, você foi apresentado a mais um conteúdo bem fezes da internet.

“Mas esse texto aqui também é um conteúdo bem mais ou menos”. Isso não deixa de ser verdade, mas devo lembrar que você não chegou aqui através de uma isca. Conteúdo ruim todo mundo consome, mas normalmente consumimos de forma voluntária, não somos obrigados a consumir, no máximo somos convencidos, mas normalmente não do jeito que eu fui convencido a assistir o vídeo do carro pulando corda.

Pensando bem, talvez eu devesse começar uma divulgação mais, digamos, provocativa. Talvez usar mais “você não vai acreditar” ou “ninguém esperava”, até mesmo um “dessa vez passamos dos limites”. Talvez isso facilite um pouco meu trabalho. É só fazer um link que deixe todo mundo curioso, entregar bem menos do que eu prometi e só sucesso. Se der certo é só engarrafar e vender… Parece bem promissor, talvez eu experimente qualquer dia.

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