Mais uma segunda-feira em Vila Urbana. Adultos saíam de suas casas e partiam para o trabalho, crianças partiam para a escola e as ruas eram tomadas por um trânsito intenso. Mais uma manhã tranquila… Ou pelo menos seria se não fosse por uma perseguição policial que estava acontecendo naquele momento.

    “Um carro de transporte de valores foi roubado e está seguindo em alta velocidade pela Avenida Central. O meliante está armado e fez uma senhora idosa de refém”, foi a mensagem que saiu de todos os rádios de todos os carros de polícia de Vila Urbana. O carro sequestrado levava um tipo único de mineral que seria entregue em um laboratório do centro da cidade se um meliante armado não tivesse aparecido. Mas aquele não era um meliante qualquer, ele era conhecido como Atirador. Os pobres seguranças não tiveram chance contra o vilão. Porém havia um homem que já tinha prendido o Atirador quase dez vezes. Esse homem atendia pela alcunha de Homem Camaleão.

A polícia já tinha armado um bloqueio para interceptar o vilão em fuga, mas Camaleão sabia que não seria tão simples. Atirador era ardiloso e cheio de recursos, no máximo o bloqueio iria atrasá-lo, e era com isso que nosso herói contava. Uma leve redução de velocidade seria suficiente para tornar uma abordagem direta possível. Usando suas habilidades de mira superiores, o Atirador conseguiu achar um ponto fraco na barreira feita pelos policiais. O carro blindado atravessou o bloqueio reduzindo sua velocidade o suficiente para que um ser quase invisível pudesse se agarrar ao veículo.

O Homem Camaleão se pendurou na blindagem do carro e, usando suas habilidades camaleônicas, foi se pendurando até encontrar a porta do veículo. Durante a fuga o Atirador esquecera de trancar a porta, nosso herói adentrou no veículo sem esforço algum.

— Desista, Atirador — disse nosso herói. — Liberte a refém e entregue-se.

— Dá um tempo, Camaleão. Eu tenho umas coisas pra resolver, não posso ficar brincando de herói e bandido contigo.

— A justiça não pode esperar, Atirador, entregue-se

A resposta foi uma rajada de balas. Com sua agilidade superior e sua camuflagem, o Camaleão desviou das balas que perfuraram a blindagem do carro forte.

— Se segura, coroa. Estamos quase chegando.

— Receio que não poderá chegar a lugar nenhum, Atirador.

O Homem Camaleão se atirou ao volante na tentativa de fazer o vil condutor perder o controle do veículo. O carro começou a fazer zigue-zague e bateu em três outros veículos antes de atingir uma árvore e ficar preso. Com uma rajada de balas o Atirador recortou uma saída na lateral do veículo e se atirou junto com nosso herói pra rua.

— Olha só o que você fez, Camaleão. Eu só queria terminar esse trabalho, mas você tinha que aparecer.

— Não permitirei que saia impune, Atirador. Prepare-se para enfrentar a força da justiça.

Não demorou muito para o Homem Camaleão dominar o vilão. Em poucos instantes ele estava desacordado e algemado esperando os policiais.

— Já pode sair, senhora refém, o bandido já está dominado.

— O que você fez com ele, seu maldito? Augusto, você está bem?

— Estou, mãe, só estou preso.

— Mãe? É pior do que eu pensava, como pôde sequestrar a sua própria mãe, Atirador?

— Eu não sequestrei minha mãe, imbecil. Eu estava dando uma carona pra ela e graças à você ela vai perder a hora no médico.

— Mas você roubou um carro forte e…

— Eu ia deixá-la por lá assim que fizesse a entrega, seu bocó

— Dois meses esperando essa consulta pra nada. Muito obrigado, Senhor Camaleão.

Nosso herói estava desconcertado. O exercício da justiça não poderia nunca interferir de maneira negativa na vida dos cidadãos. Ele precisava de uma solução, e rápido. Os carros da polícia já estavam chegando e a mãe do Atirador seria levada para a delegacia junto com o filho, perdendo a consulta no médico.

— Não se preocupe, Senhora. A senhora não perderá sua consulta — Camaleão jogou a pobre senhora nas costas. — Agora me diga onde fica o seu médico?

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