Como eu falei no texto de quarta, a nostalgia é um sentimento muito interessante e que a nossa querida infernet costuma nos ajudar a lembrar de coisas passadas que nos aquecem o coração. Porém, como tudo na internet, esse esquema de nostalgia tem uma vertente que funciona como um tipo de militância meio babaca. Boa parte do que eu vejo que faz referência à nostalgia consiste em exaltar o próprio passado no esquema “o meu é melhor que o seu”.

Eu particularmente gosto de conteúdo que tem essa pegada nostálgica, gosto de verdade, mas não tem como não sentir uma pontada de indignação quando aparece uma frase do tipo “Se você sabe o que é isso sua infância valeu a pena” ou então “Parabéns, você teve uma infância feliz”. Sério isso? Será que só eu enxergo um problema?

Na minha humilde opinião avaliar as experiências dos outros sob a ótica das próprias experiências até tem sentido, sentido esse que é perdido a partir do momento que tudo que é diferente daquilo que você viveu é taxado como inválido, insuficiente ou negativo. Se o Zezinho que vive na roça nunca teve aquele videogame clássico ou aquele brinquedo famosão pode ter tido uma infância muito melhor do que o cara que teve o disparate de classificar a infância de todos aqueles que tiveram a mesma experiência que ele como uma “infância que valeu a pena”.

Nostalgia não funciona igual pra todo mundo. Muitas vezes as coisas podem significar muito ou nada, depende só da pessoa que se lembra. Por isso gostaria de afirmar que, se a sua infância é o tipo de coisa que aquece o seu coração quando você lembra, que te trás uma infinidade de memórias boas e que te faz sentir uma saudade genuína daquele tempo e de fato você conseguiu ser uma criança, parabéns, sua infância valeu a pena.

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